Publicado em 3 de dezembro de 2023 às 21:40
Um projeto de mobilidade urbana que faz a gestão de diferentes modais movidos com energia fotovoltaica foi um dos trabalhos premiados no Prêmio Inovação em Mobilidade Urbana da Frente Nacional de Prefeitos - FNP. Conhecido como Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia, o SIMA é resultado de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). O anúncio da premiação aconteceu nesta quarta-feira, dia 29, durante a 85ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, em Brasília.>
A partir de 32 propostas nacionais, o SIMA – Norte Rotas, ficou em terceiro na classificação geral da categoria 'Ideias Inovadoras Implementáveis', passando por 3 etapas, uma delas na semana de inovação da Escola Nacional de Administração Pública, sendo julgado por gestores públicos, pensadores nacionais e internacionais e toda a comunidade voltada para inovação.>
Destacado pela originalidade do projeto, o SIMA faz o gerenciamento de mobilidade urbana de diferentes modais de transporte. O aplicativo Norte Rotas, desenvolvido por pesquisadores da UFPA, considera os dois meios utilizados em Belém (PA), no caso ônibus e barco movidos com placas de energia fotovoltaica e armazenamento. Nele, o usuário tem informações em tempo real para planejar seu deslocamento, tais como horários, pontos de embarque e desembarque, tempo de percurso, melhores opções de rotas e a quantidade de emissão de gases efeito estufa, entre outras funcionalidades.>
Ambos os modais operam com zero emissão de CO2 e a expectativa é que, juntos, evitem a emissão em torno de 5.920,82 Kg de CO2 anualmente na atmosfera. A partir da implantação do barco elétrico, em janeiro, cerca de 650 pessoas serão atendidas diariamente pelos dois modais.>
No desenvolvimento do projeto estiveram envolvidos 47 pesquisadores, entre alunos de graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado, técnicos e professores da UFPA.>
'Este é um projeto que nos orgulha muito, pois vem sendo desenvolvido há três anos com dedicação e empenho por pesquisadores da UFPA e está alinhado à política de sustentabilidade da Norte Energia. E o melhor é que já está sendo usado gratuitamente por alunos e funcionários da universidade, a partir de uma fonte limpa e renovável, assim como é a energia produzida por Belo Monte', explica Andréia Antloga, Gerente de P&D da Norte Energia. A Companhia investiu R$ 10,2 milhões no projeto, que teve custo total de R$ 11,9 milhões.>
Atualmente, dois ônibus trafegam pelas dependências da UFPA. O que faz o trajeto circular dentro do Campus de Belém, percorre 186Km por dia, e o que liga o Campus de Belém ao de Castanhal, 76Km, formando assim o primeiro corredor verde da Amazônia.>
'O estabelecimento do corredor verde tem impactos tecnológicos e sociais significativos para a região. Do ponto de vista tecnológico, o projeto pode receber propostas de melhorias nos equipamentos e nos sistemas associados. No aspecto social, há o importante papel na formação de recursos humanos e o incentivo à aquisição de veículos elétricos por parte da população diante da oferta de novos pontos de recarga de alta capacidade, contribuindo assim para a aceleração do processo de transição energética no setor de transportes na Amazônia', explica Maria Emília Tostes, da UFPA. >
O catamarã está em fase final de construção e traz aspectos de inovação. O projeto estrutural do casco precisou considerar o peso adicional do sistema de baterias e motores elétricos, além de sua aplicabilidade nos rios da região. O barco também contará com centro de comando para o gerenciamento da energia fornecida pelas baterias e pelo sistema fotovoltaico aos motores elétricos, conforme a potência demandada para a locomoção da embarcação. O barco terá capacidade para transportar 20 pessoas do entorno da universidade em Belém. Serão 44,5 km navegados por dia na orla da UFPA, a uma velocidade de cruzeiro de oito nós.>
'Estamos ansiosos pela implantação total do projeto e pela oportunidade de compartilhar o conhecimento adquirido com a sociedade', concluiu Andréia.>