Publicado em 6 de outubro de 2025 às 08:57
A produção e o uso de sementes nativas para o reflorestamento têm transformado comunidades e florestas no Oeste do Pará. O projeto “Rede de Coletores de Sementes” fortalece a cadeia produtiva de sementes, capacita moradores locais e garante a recuperação de áreas mineradas.>
O processo começa com a coleta das sementes, realizada em parceria com a Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau (Coopprojirau), a Associação das Comunidades das Glebas Trombetas e Sapucuá (ACOMTAGS) e o Redário, articulação que reúne redes e grupos de coletores de sementes em todo o Brasil. Cada espécie é escolhida conforme a necessidade dos pedidos de restauração, respeitando o tempo da floresta e os saberes tradicionais de coleta.>
“O que a gente tá deixando de legado não é só a renda que veio para dentro das comunidades, mas é a semente que a gente coleta que vai dar um futuro para as áreas reflorestadas, não só para a própria comunidade, mas para o nosso planeta”, destaca a moradora da comunidade Boa Nova e coletora de sementes, Josineide Castro.>
Somente em 2024, foram 576 mil mudas plantadas e 101 espécies nativas utilizadas no processo, além da capacitação de 96 coletores. Todo esse material segue para um Viveiro Florestal, que possui capacidade de produzir até 1 milhão de mudas por ano. Lá, as sementes são selecionadas, germinadas e preparadas para o replantio, com base em inventários florestais que identificam e valorizam a biodiversidade amazônica.>
Em mais de quatro décadas de atuação, já são 15 milhões de mudas produzidas no Oeste do Pará. O CEO Guido Germani, gerente de uma empresa de mineração, diz que o trabalho reflete a essência da empresa. “Na nossa empresa a floresta é prioridade. Reflorestar é mais que reparar: é cultivar futuro, biodiversidade e respeito por quem sempre viveu na Amazônia”, destaca.>