Publicado em 25 de abril de 2025 às 17:00
Um grave derramamento de óleo foi denunciado por moradores ribeirinhos do Distrito de Outeiro, em Belém, na última terça-feira (22), após atingir as águas próximas à Ilha do Jutuba. Segundo os relatos das comunidades locais, o vazamento teria origem no navio “Forte de São Felipe”, operado pela empresa Sotave Amazônia Química Mineral S.A.>
A mancha de óleo já compromete a pesca artesanal na região e coloca em risco a subsistência de centenas de famílias que dependem da atividade pesqueira. Além de prejuízos econômicos, os moradores relatam uma queda brusca na quantidade de peixes e suspeitam da contaminação dos estoques existentes.>
Indignado com a situação, um pescador da área registrou em vídeo o estado das águas atingidas. “Olha só que ribeirinho que eles passam. Olha só como é que tá de óleo a beirada. A água tá uma napa de óleo preto”, denunciou. Outro morador relatou as dificuldades enfrentadas por quem depende diretamente da pesca. “Vim despescar uma tapiá agora aqui. Vim tirar camarão. Mas cadê o camarão? Me fala. Foi tudo e sumiu tudo. Olha só como tá a água de óleo, os mato tudo cheio de óleo. A beirada inteira tá assim.”>
O pescador também responsabilizou as embarcações que circulam pela região. “Olha só como é que tá os mato aqui da beira. Só óleo preto. Cadê? Hein? Cadê as autoridades para fazer alguma coisa?”, questionou, cobrando providências imediatas dos órgãos competentes.>
O impacto ambiental é severo: a película de óleo sobre a água impede a entrada de luz solar e reduz a oxigenação, comprometendo a vida aquática. Espécies fundamentais à cadeia alimentar, como o fitoplâncton, estão ameaçadas, e os efeitos incluem morte e intoxicação de peixes e crustáceos, destruição de manguezais e redução da biodiversidade local.>
A contaminação afeta ainda o turismo e o comércio do pescado, atividades importantes para a economia das comunidades de Outeiro e da Ilha do Jutuba. Moradores cobram investigação rigorosa e responsabilização da empresa pelo vazamento.>
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que não foi notificada sobre o caso, e reforçou que, por meio do aplicativo “Semas Pará”, disponibiliza um canal direto para denúncias ambientais.>