Publicado em 7 de novembro de 2025 às 13:00
Durante o segundo dia da Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a urgência de enfrentar a pobreza energética e anunciou a criação de um fundo nacional voltado para o financiamento de ações contra as mudanças climáticas e em favor da justiça climática.>
Em seu discurso, Lula lembrou que 2 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar, enquanto 660 milhões vivem à base de lamparinas ou geradores a diesel em comunidades periféricas e rurais da América Latina, África e Ásia. Ele também ressaltou que 200 milhões de crianças estudam em escolas sem luz elétrica, o que afeta o aprendizado, o acesso à internet e o funcionamento de hospitais e outras estruturas básicas.>
“Sem energia, não há conexão digital, hospitais funcionando ou agricultura moderna”, afirmou o presidente.>
Lula criticou o que chamou de “injustiças de dívidas externas impagáveis” e condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, alertando que o mundo “andará em círculos” se não houver uma nova lógica de cooperação global.>
O presidente defendeu que a transição justa e equitativa para o abandono dos combustíveis fósseis precisa incluir acesso à tecnologia e financiamento para o Sul Global. Ele propôs explorar mecanismos inovadores, como trocas de dívidas por investimentos em mitigação climática e transição energética, e afirmou que direcionar parte dos lucros do petróleo para financiar energias limpas é uma estratégia válida para países em desenvolvimento.>
“O Brasil estabelecerá um fundo dessa natureza para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática”, anunciou Lula.>
O discurso reforça o tom de liderança que o Brasil busca assumir durante a COP30, ao propor soluções concretas e enfatizar a responsabilidade compartilhada, mas diferenciada, entre países ricos e em desenvolvimento na luta contra a crise climática.>