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Publicado em 15 de novembro de 2025 às 13:54
A Marcha Global pelo Clima finalizou na Aldeia Amazônica, localizada no bairro da Pedreira, em Belém. Um ato realizado em paralelo à COP30 e promovido pela Cúpula dos Povos, que reuniu milhares de pessoas, neste sábado (15), pelas ruas da capital paraense. A mobilização partiu do Mercado de São Brás.>
A preparação para o ato já indicava seu caráter simbólico: na véspera, oficinas em praças de Belém produziram cartazes com tinta feita a partir de cinzas da Amazônia, uma forma potente de transformar destruição em mensagem visual. Durante o percurso, o cortejo incluiu estandartes, faixas, bonecos infláveis e intervenções culturais que remetiam à identidade paraense e à luta pela preservação.>
Segundo os organizadores, a marcha pretende colocar pressão direta sobre as delegações presentes na COP30. Entre os principais temas defendidos estão uma transição energética que não exclua comunidades tradicionais, políticas públicas que garantam justiça climática e financiamento efetivo para países vulneráveis.>
Representantes de mais de 60 países participaram do ato, segundo o MST, que levou cerca de 1.300 militantes para a marcha. A presença internacional reforça a percepção de que a crise climática exige respostas globais, mas também ações locais que respeitem as realidades e vulnerabilidades das populações amazônicas.>
Um dos momentos mais impactantes da marcha foi o chamado “funeral dos combustíveis fósseis”: caixões em grande escala simbolizavam o fim de carvão, petróleo e gás, carregados por ativistas vestidos de preto. A performance artística reforçou a denúncia das emissões de carbono e a urgência de uma transição energética real e justa.>
Além disso, manifestantes entoaram palavras de ordem por justiça climática, respeito aos povos originários e por políticas que priorizem a adaptação e a mitigação da crise ambiental. Lideranças indígenas, coletivos amazônicos e movimentos sociais reforçaram exigências centrais: financiamento climático, reconhecimento dos direitos indígenas, proteção da floresta e um modelo de desenvolvimento sustentável pautado em equidade.>
A marcha marca simbolicamente a metade da conferência climática e serve como um lembrete de que as negociações oficiais não estão dissociadas das ruas. Para os manifestantes, é fundamental que as decisões tomadas no âmbito da COP reflitam as vozes de quem vive os impactos da crise climática, especialmente os povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia.>