Novembro Azul: cuidar da próstata é cuidar da saúde como um todo

Novembro chegou e, com ele, o tradicional lembrete de que saúde masculina vai muito além dos exames de rotina. O Novembro Azul, campanha que ganhou força mundialmente na luta contra o câncer de próstata, vem ampliando seu foco para falar de algo ainda mais essencial: o cuidado integral com o corpo e a mente.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de diagnósticos de câncer de próstata aumentou 32% entre 2020 e 2024, especialmente em homens com menos de 50 anos. A doença é hoje a segunda que mais afeta o público masculino no país, ficando atrás apenas do câncer de pele.

A urologista Emília Susume, da Hapvida, alerta que o diagnóstico precoce é a principal ferramenta para salvar vidas. “Quanto mais idoso, maior a chance de ter câncer de próstata. Mas a gente já começa a fazer o rastreio a partir dos 45, 50 anos”, explica.

A médica destaca que fatores como sedentarismo, obesidade e histórico familiar aumentam o risco da doença. “Se você tem pai, irmão ou irmã com histórico de câncer, as chances também crescem. Por isso, é importante cuidar da alimentação e manter o corpo ativo”, reforça Susume.

Incluir alimentos ricos em licopeno, pigmento natural presente no tomate, melancia e goiaba, pode ajudar na prevenção, já que possui ação antioxidante. “Comer bem, controlar o peso e fazer exercícios com frequência são atitudes simples que reduzem muito o risco”, acrescenta.

Mas o Novembro Azul quer ir além da prevenção do câncer. A campanha propõe um novo olhar sobre o autocuidado masculino. “O novembro azul vai muito além do combate ao câncer de próstata. É sobre cuidar do homem como um todo corpo, mente e emoções”, afirma Emília.

Ela lembra que saúde mental também deve estar na pauta. “Diminuir o consumo de ultraprocessados, cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos e, principalmente, cuidar da saúde emocional são pilares fundamentais para uma vida mais equilibrada”, explica.

Entre as orientações para quem quer começar a se cuidar melhor estão práticas simples, mas poderosas, como buscar apoio psicológico, especialmente após diagnósticos delicados, contar com o suporte de familiares e amigos durante o tratamento, valorizar a espiritualidade, se houver vínculo religioso, participar de grupos de ajuda, sessões de meditação ou psicoterapia, e aproveitar os momentos de lazer com quem se ama.

Mais do que uma cor ou um mês de campanha, o Novembro Azul é um chamado para que os homens quebrem o tabu, procurem ajuda médica e enxerguem o autocuidado como sinônimo de força e não de fraqueza.