Suplementos sem orientação podem virar risco silencioso para o organismo, diz especialista

Essenciais para o equilíbrio do corpo humano, as vitaminas participam de funções vitais do organismo, como o metabolismo, a imunidade e a manutenção dos tecidos. No entanto, quando consumidas de forma indiscriminada, especialmente por meio de suplementos sem acompanhamento profissional, elas podem causar efeitos adversos sérios à saúde.

O uso exagerado dessas substâncias pode levar à chamada hipervitaminose, condição caracterizada pelo acúmulo de vitaminas no organismo. Em vez de fortalecer o corpo, esse excesso pode desencadear quadros de toxicidade, associados ao surgimento de pedras nos rins, sobrecarga hepática, aumento anormal de cálcio no sangue e até fragilidade óssea.

Essas complicações estão ligadas ao tipo de vitamina ingerida. As lipossolúveis, como A, D, E e K, têm maior dificuldade de eliminação pelo corpo, pois se acumulam no fígado e no tecido adiposo. Segundo a nutricionista e professora da Universidade da Amazônia (UNAMA), Vanessa Carvalho, esse armazenamento prolongado eleva o risco de danos à saúde ao longo do tempo. “Por ficarem retidas na gordura corporal, essas vitaminas podem causar prejuízos silenciosos quando ingeridas em excesso”, explica.

Já as vitaminas hidrossolúveis, como as do complexo B e a vitamina C, são eliminadas principalmente pela urina. Ainda assim, o consumo elevado também traz consequências. De acordo com a especialista, o excesso desse grupo pode favorecer a formação de cálculos renais, já que a alta concentração de sais minerais dificulta a eliminação adequada pelo organismo.

A nutricionista reforça que a maioria das necessidades vitamínicas pode ser suprida por meio de uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e leguminosas, que concentram naturalmente os nutrientes essenciais. “O corpo precisa de vitaminas, mas não em doses descontroladas. A suplementação só deve ser indicada após avaliação nutricional e exames clínicos que comprovem alguma deficiência”, orienta.

O alerta serve como um contraponto à popularização dos suplementos alimentares. Sem orientação adequada, aquilo que promete mais saúde pode, na prática, se transformar em um risco evitável.