Aos 101 anos, mulher conquista aposentadoria após quase 40 anos tentando

Natural de Bonfim, no interior de Roraima, a centenária celebrou a conquista que representa a realização de um sonho antigo.

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 13:57

Celeste Lucas da Silva, de 101 anos
Celeste Lucas da Silva, de 101 anos Crédito: Reprodução/TV Globo

Após mais de 40 anos tentando garantir o direito ao benefício, Celeste Lucas da Silva, de 101 anos, finalmente conseguiu se aposentar em março de 2025. Natural de Bonfim, no interior de Roraima, a centenária celebrou a conquista que representa a realização de um sonho antigo.

Nascida em 15 de novembro de 1923, Celeste passou a vida trabalhando na roça, criando 15 filhos e ajudando a sustentar a família cultivando a terra. Mesmo diante das dificuldades, ela nunca desistiu de conquistar a aposentadoria.

“Dou graças a Deus. Estou feliz, recebo minha aposentadoria e a pensão […] Eu faço minhas coisas, compro e assim estou vivendo, graças a Deus”, disse Celeste, conhecida carinhosamente como Vó Celeste por familiares e amigos.

A trajetória de luta pela aposentadoria

Celeste tentou se aposentar pela primeira vez em 1985, quando tinha 62 anos, pouco depois de ficar viúva de Cirino Trajano. Na época, a legislação limitava o benefício a um membro da família que atuasse na produção rural, geralmente homens, como era o caso do marido.

Ao longo das décadas seguintes, familiares tentaram retomar o pedido. Uma das filhas chegou a iniciar o processo junto ao INSS, mas a falta de documentos impediu a conclusão. Em dezembro de 2020, aos 97 anos, Celeste solicitou novamente a aposentadoria, dando início a um novo processo judicial.

Em 2023, a Justiça reconheceu que ela tinha tempo suficiente de contribuição, mas o pedido ainda foi negado porque a centenária não morava mais na área rural. Somente em novembro de 2024, com uma nova ação judicial, o direito de Celeste foi finalmente reconhecido, e ela começou a receber o benefício em abril de 2025.

“Foi preciso mudar a estratégia para garantir o benefício. O INSS não quis reconhecer o tempo que a Justiça já havia confirmado. Tivemos que recorrer novamente, e agora conseguimos realizar o sonho dela”, explicou o advogado Rhichard Magalhães, neto por afinidade de Celeste.

Benefício e qualidade de vida

Atualmente, para aposentadoria por idade rural, a lei exige pelo menos 15 anos de atividade no campo, sendo a idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens.

O valor da aposentadoria, segundo a família, será fundamental para ajudar com despesas de alimentação, consultas médicas, medicamentos e suplementos, garantindo à centenária mais conforto e qualidade de vida.

Com informações do G1