Areia mal escolhida pode afastar o gato da caixa e causar problemas de saúde, alertam especialistas

Textura, cheiro e manutenção influenciam diretamente no comportamento felino.

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 12:11

 - Atualizado há uma hora

Areia mal escolhida pode afastar o gato da caixa e causar problemas de saúde, alertam especialistas
Areia mal escolhida pode afastar o gato da caixa e causar problemas de saúde, alertam especialistas Crédito: Reprodução

Manter a caixa de areia em condições adequadas é mais do que um cuidado básico: trata-se de um ponto crucial para o bem-estar dos gatos e para a rotina da casa. Segundo especialistas, a combinação entre tipo de areia, limpeza correta e conforto do animal define se o felino vai utilizar a caixa naturalmente ou desenvolver comportamentos de rejeição, que podem evoluir para quadros de estresse, alergias e até infecções urinárias.

A veterinária Rosecler Pereira, docente do curso de Medicina Veterinária da Estácio, explica que o mercado oferece opções variadas, cada uma com vantagens e limitações. Há desde as versões granuladas, conhecidas pela boa absorção, mas com excesso de poeira, passando pelas de bentonita, que formam torrões e facilitam a remoção, até as de sílica, que se destacam pela durabilidade. Também ganham espaço as areias biodegradáveis, produzidas com materiais como madeira, milho e papel.

A escolha, porém, não depende apenas do tutor, o gato tem palavra final. Felinos adultos costumam se adaptar a diferentes texturas, mas filhotes e idosos exigem atenção especial. Os mais jovens, que ainda exploram o ambiente com a boca, devem usar areias sem perfume e que não formem torrões, para evitar ingestão acidental. Já os mais velhos precisam de superfícies macias e com pouca poeira.

“Se o gato reprovar o cheiro ou a textura, ele simplesmente deixa de usar a caixa. É o primeiro sinal de que algo não vai bem”, afirma Pereira.

Limpeza inadequada também afasta o felino

Além da escolha da areia, a manutenção é determinante. A recomendação é manter entre 5 e 7 cm de profundidade, permitindo que o gato cave e cubra os dejetos. A limpeza diária é indispensável: torrões e fezes devem ser retirados sempre. A troca total da areia varia conforme o tipo, entre uma e duas semanas nas versões aglutinantes, até quatro semanas nas de sílica, e cerca de uma semana nas biodegradáveis.

A higienização da caixa deve ser feita com água e sabão neutro, evitando produtos perfumados, que podem irritar o animal. O tutor deve usar luvas e lavar bem as mãos após o manuseio.

Areias com fragrância forte, apesar de populares entre humanos, podem causar irritação nas vias respiratórias felinas. Gatos têm olfato altamente sensível e tendem a rejeitar perfumes artificiais. “O odor agradável para nós pode ser insuportável para eles. A areia neutra, associada à limpeza diária, é sempre a opção mais segura”, reforça a veterinária.

Em casa com mais de um gato, quantidade de caixas faz diferença

Em ambientes com vários felinos, a disputa pela caixa pode gerar tensão e até problemas urinários por estresse. Para evitar conflitos, especialistas indicam seguir a regra “número de gatos + 1”, garantindo mais de uma caixa disponível. “Quando não há espaço para caixas extras, o mínimo é uma para cada animal para evitar sobrecarga e brigas silenciosas”, orienta Rosecler.

Com atenção ao tipo de areia, limpeza adequada e quantidade suficiente de caixas, o tutor garante não apenas um ambiente limpo, mas um cotidiano mais tranquilo para o felino e, por consequência, para a casa inteira.