CCJ da Câmara aprova representação para cassar mandato de Carla Zambelli

Deputada está presa na Itália após condenação pelo STF; decisão final será do plenário da Câmara

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 17:58

Deputada está presa na Itália após condenação pelo STF; decisão final será do plenário da Câmara
Deputada está presa na Itália após condenação pelo STF; decisão final será do plenário da Câmara Crédito: Reprodução

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira (10) a representação que pede a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli. O resultado foi de 32 votos a favor e 2 contrários, após a rejeição do parecer que defendia a permanência da parlamentar no cargo.

Mais cedo, o colegiado derrubou o relatório do deputado Diego Garcia, que recomendava manter Zambelli no mandato mesmo após sua condenação. Em agosto, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal sentenciou a deputada a 10 anos e oito meses de prisão e determinou a perda de mandato. A condenação está ligada à inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça, ação atribuída ao hacker Walter Delgatti, que teria atuado a pedido da parlamentar.

Com a mudança de relator, Cláudio Cajado assumiu o caso e afirmou que a maioria da comissão não identificou perseguição política no processo. Para ele, pesa o fato de Zambelli estar presa na Itália, o que torna impossível o exercício do mandato.

No relatório, Cajado destacou que a Câmara enfrenta uma situação “insuperável”, já que a condenação é definitiva e a deputada cumpre pena em regime fechado. Por isso, segundo ele, não há como Zambelli desempenhar suas funções parlamentares.

A palavra final será do plenário da Câmara, que deve analisar o caso ainda nesta quarta. Também está na pauta o processo de cassação do deputado Glauber Braga, do PSol.

Zambelli acompanhou a sessão de forma remota, ao lado do filho e do advogado. Em sua fala, pediu que os deputados votem contra a cassação, afirmando defender a “verdadeira independência dos Poderes”, enquanto aguarda a decisão do governo italiano sobre sua extradição.