Correios dizem precisar de R$ 8 bilhões para 2026 após prejuízos

Estatal apresentou plano de reestruturação, já contratou empréstimo de R$ 12 bilhões e enfrenta greve dos trabalhadores

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 14:28

Estatal apresentou plano de reestruturação, já contratou empréstimo de R$ 12 bilhões e enfrenta greve dos trabalhadores
Estatal apresentou plano de reestruturação, já contratou empréstimo de R$ 12 bilhões e enfrenta greve dos trabalhadores Crédito: Reprodução

Os Correios informaram que ainda precisam captar R$ 8 bilhões para manter as operações em 2026. A declaração foi feita pelo presidente da estatal, Emmanoel Rondon, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29), em meio a um processo de reestruturação após um ano de resultados financeiros negativos.

Segundo Rondon, a empresa buscava inicialmente R$ 20 bilhões em crédito, mas conseguiu fechar um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a bancos públicos e privados. A diferença, explicou o presidente, ocorreu porque parte das ofertas apresentava taxas consideradas altas demais. Por isso, a estatal optou por um valor menor, com condições mais compatíveis com sua realidade financeira.

Com isso, permanece a necessidade de levantar mais R$ 8 bilhões. Ao mesmo tempo, os Correios anunciaram um plano de reestruturação que pode reduzir até R$ 4,2 bilhões por ano em despesas. Entre as medidas está a criação de um Plano de Demissão Voluntária, que pode atingir até 15 mil funcionários. A estimativa é de 10 mil desligamentos em 2026 e outros 5 mil em 2027, com economia anual de até R$ 2,1 bilhões a partir de 2028.

A empresa também pretende vender imóveis que não têm uso operacional. Essa iniciativa pode render cerca de R$ 1,5 bilhão em receitas extraordinárias para reforçar o caixa.

O anúncio ocorre em meio à greve dos trabalhadores dos Correios, iniciada no dia 16 de dezembro. O movimento ganhou força após a rejeição da proposta de acordo coletivo para 2025 e 2026 pela maioria dos sindicatos. Uma negociação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho foi realizada na sexta-feira (26), mas terminou sem consenso. Uma nova rodada de conversas está marcada para esta segunda-feira, às 14h, enquanto a decisão da Justiça sobre o impasse deve sair nesta terça-feira (30).