Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 14:02
A defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, esclareceu que o diagnóstico de Alzheimer só foi fechado em janeiro de 2025, contrariando a informação dada por ele durante a consulta médica após ser preso em 25 de novembro. Heleno havia afirmado aos médicos que sofria da doença desde 2018, quando estava à frente do GSI, mas a defesa alegou que não há registros de exames sobre a doença antes de 2024.>
A defesa do general Augusto Heleno, condenado a 21 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), revelou em um documento sigiloso ao ministro Alexandre de Moraes que o diagnóstico de Alzheimer do ex-ministro só foi confirmado em janeiro de 2025. Essa informação contradiz a declaração de Heleno durante consulta médica após sua prisão, quando ele afirmou que a doença teria se manifestado em 2018, enquanto ele ainda ocupava o cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro.>
No documento enviado ao STF, os advogados de Heleno explicaram que não haviam mencionado, em nenhum momento, que o diagnóstico de Alzheimer ocorreu em 2018. A defesa também esclareceu que não há exames ou registros sobre a doença entre 2018 e 2023. De acordo com eles, os primeiros exames específicos para Alzheimer foram feitos em 2024 e o diagnóstico só foi formalizado no início de 2025.>
No último sábado (29/11), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa apresentasse, em um prazo de 5 dias, documentos médicos que comprovem o diagnóstico de Alzheimer. Moraes ressaltou que até o momento não foi apresentado nenhum exame, relatório ou qualquer outro documento que comprove a presença de sintomas da doença nos anos anteriores, incluindo o período em que Heleno exerceu seu cargo como ministro, de 2018 a 2021. Durante esse período, ele teve acesso a informações sensíveis, já que o GSI também supervisiona a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), responsável por questões de segurança nacional.>
A defesa de Heleno solicitou, ainda, a transferência do general para prisão domiciliar, alegando que ele, aos 78 anos e com problemas de saúde, incluindo a demência mista de Alzheimer e vascular, não teria condições de permanecer no regime fechado. No parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou a favor da prisão domiciliar, a medida foi considerada “excepcional e proporcional” devido à idade avançada e à gravidade do quadro de saúde do general.>
Heleno foi condenado por sua participação no movimento golpista de 2022, que visava anular o resultado das eleições presidenciais. Segundo a denúncia da PGR, ele fez parte do "núcleo crucial" da organização criminosa que planejava um golpe de Estado. Além de Heleno, outras pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram acusadas de tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, integrar uma organização criminosa e cometer outros crimes relacionados ao ataque ao processo eleitoral.>