Publicado em 6 de maio de 2025 às 10:31
A família de Vitória Chaves da Silva, jovem que morreu após passar por três transplantes de coração no Instituto do Coração (InCor), ingressou na Justiça contra o hospital, a empresa de ensino Inspirali Educação e duas estudantes de medicina, após a divulgação de um vídeo no qual as alunas faziam referência indireta ao caso de Vitória com comentários considerados irônicos sobre a condição de saúde dela.
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A gravação, feita dentro do hospital e publicada no TikTok, levou a família a pedir R$ 607 mil por danos morais, além de R$ 25,5 mil de auxílio para tratamento psicológico. No vídeo, as estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano comentam sobre um caso raro envolvendo múltiplos transplantes cardíacos.>
Sem mencionar nomes, Gabrielli afirmou que um dos transplantes falhou porque a paciente “não tomou os remédios que deveria tomar”. Em seguida, Thaís comentou: “Essa menina está achando que tem sete vidas”. Segundo a petição inicial da ação ajuizada pela família, a jovem mencionada no vídeo seria Vitória, única paciente em tratamento no InCor com o histórico clínico citado.
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Vitória morreu em fevereiro deste ano, por insuficiência renal crônica e choque séptico. Os parentes contestam a alegação feita no vídeo sobre descuido com a medicação. De acordo com eles, a jovem era extremamente cuidadosa com o uso dos remédios, controlando horários com alarmes no celular, mesmo sendo acompanhada por uma equipe médica de referência.>
As estudantes faziam parte de um curso de extensão de curta duração oferecido pela Inspirali dentro do InCor. A ação judicial aponta que elas tiveram acesso a informações sobre o caso de Vitória durante esse período e utilizaram esses dados de forma indevida ao produzir e divulgar o vídeo.>
No processo, a empresa de ensino é acusada de falhar na supervisão e orientação das alunas, enquanto o InCor é responsabilizado por não fiscalizar adequadamente a presença e atuação das estudantes em suas dependências. No processo, os advogados da família sustentam que houve violação do sigilo médico e da intimidade da paciente.>
Após a divulgação do vídeo, a família registrou uma queixa na delegacia e as estudantes foram ouvidas no 14° Distrito Policial, no dia 14 de abril. Em depoimento, elas alegaram que não tiveram a intenção de ofender Vitória e que o objetivo do vídeo era apenas comentar um caso raro conhecido durante a prática médica. A Polícia Civil instaurou um inquérito por injúria.>
A Inspirali Educação, por sua vez, disse que não comentará o caso judicial.>
Com informações do Pleno News>