Julgamento de Bolsonaro: Cármem Lúcia vota hoje e deve condenar ex-presidente e aliados

O placar até o momento é de 2 a 1 pela condenação do ex-presidente e mais sete aliados. O julgamento será retomado às 14h de hoje

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 07:19

Ministra Cármen Lúcia - 
Ministra Cármen Lúcia -  Crédito: Divulgação

Hoje, quinta-feira, 11 de setembro, a ministra Cármen Lúcia, integrante da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentará, a partir das 14h, seu voto no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros acusados ligados à tentativa de golpe de 2022.

O placar até o momento é de 2 a 1 pela condenação do ex-presidente e mais sete aliados. Como três votos formam maioria no colegiado, a posição da ministra pode selar a decisão contra Bolsonaro e integrantes do chamado "núcleo 1" da trama golpista. Após ela, votará o ministro Cristiano Zanin.

O Supremo já formou maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso, além do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. A definição sobre as penas deve ocorrer na sessão desta sexta-feira (12).

Cármen Lúcia já teve papel decisivo em julgamentos anteriores envolvendo Bolsonaro. Em junho de 2023, foi o voto da ministra que consolidou a inelegibilidade do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em março de 2025, ao aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ela afirmou que houve, de fato, uma tentativa de golpe, sustentada por provas, documentos e datas apresentados pela acusação.

"Felizmente, o golpe não deu certo. Temos democracia no Brasil. Temos um Supremo atuando como sempre atuou", disse a ministra à época.

COMO VOTARAM ATÉ AGORA

Alexandre de Moraes e Flávio Dino: pela condenação de todos os réus, com Dino sinalizando redução de pena para alguns por entender participação menor.

Luiz Fux: absolveu Bolsonaro e outras lideranças militares de todas as acusações, mas votou pela condenação de Mauro Cid e Braga Netto apenas por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. Seu voto durou quase 12 horas.

QUEM SÃO OS RÉUS DO "NÚCLEO 1"

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;

Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

CRIMES EM ANÁLISE

Organização criminosa armada;

Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito;

Tentativa de golpe de Estado;

Dano qualificado por violência e grave ameaça;

Deterioração de patrimônio tombado.

Com informações do UOL