Megaoperação contra facção no Rio tem cinco mortos, incluindo policial

Mais de 2.500 agentes atuam no Alemão e na Penha para prender cerca de 100 traficantes; confronto deixou feridos e escolas e linhas de ônibus suspensas

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 10:15

Mais de 2.500 agentes atuam no Alemão e na Penha para prender cerca de 100 traficantes; confronto deixou feridos e escolas e linhas de ônibus suspensas
Mais de 2.500 agentes atuam no Alemão e na Penha para prender cerca de 100 traficantes; confronto deixou feridos e escolas e linhas de ônibus suspensas Crédito: Reprodução/ TV Globo

Uma megaoperação policial mobilizou nesta terça-feira (28), cerca de 2.500 agentes do Rio de Janeiro para tentar prender aproximadamente 100 integrantes do Comando Vermelho (CV), em ação que envolveu os complexos do Alemão e da Penha. Até o momento, cinco pessoas morreram, entre elas um policial, e pelo menos 25 suspeitos foram presos.

O confronto começou quando traficantes reagiram a tiros e ergueram barricadas em chamas, gerando colunas de fumaça visíveis de diversos pontos da cidade. Segundo a Polícia Civil, criminosos também lançaram bombas usando drones, enquanto outros fugiam em fila indiana pelas partes altas das comunidades, lembrando cenas registradas em ocupações anteriores do Alemão.

Entre os mortos, três eram suspeitos da Bahia e do Espírito Santo. Cinco presos ficaram feridos e foram internados no Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde também deram entrada um policial do Bope e um delegado assistente atingidos na perna. Três civis foram baleados: um homem em situação de rua, uma mulher em uma academia e um homem em um ferro-velho.

A operação resultou na apreensão de 10 fuzis, duas pistolas e nove motos. Entre os detidos está Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos chefes do CV.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, destacou que a ação foi planejada pelo próprio estado, sem apoio federal, e envolveu inteligência e logística detalhadas. “São cerca de 280 mil pessoas vivendo nas áreas afetadas. Lamentamos os feridos, mas esta é uma ação necessária”, afirmou.

A operação impactou serviços públicos: cinco unidades de saúde tiveram funcionamento suspenso, 45 escolas entre o Alemão e a Penha não abriram, e 12 linhas de ônibus tiveram itinerários desviados preventivamente.

Participam da ação policiais militares do Comando de Operações Especiais e de unidades da capital e região metropolitana, além de agentes de todas as delegacias especializadas e distritais da Polícia Civil, com apoio de helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.

Ao menos 30 dos procurados são do Pará, segundo investigações que duraram cerca de um ano, conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes e acompanhadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A operação segue em andamento com cerco aos territórios e buscas pelos suspeitos ainda não localizados.