O que se sabe sobre a greve de caminhoneiros marcada para quinta-feira

Um grupo de caminhoneiros está convocando uma paralisação nacional nesta quinta-feira, 4 de dezembro. No entanto, as principais entidades da categoria afirmam que não reconhecem a mobilização e não apoiam o ato.

A seguir, veja os principais pontos sobre o movimento

Quem está convocando a greve?

A paralisação tem sido incentivada por um grupo liderado por Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro. Ele se apresenta como líder da categoria e protocolou um ofício informando sobre a intenção do movimento ao governo federal na terça-feira (2).

Também participou da entrega do documento o desembargador aposentado Sebastião Coelho, que tem feito publicamente convocações para protestos.

Em agosto deste ano, Chicão convocou uma paralisação semelhante, que não se concretizou.

O que os organizadores reivindicam?

O grupo diz defender melhorias nas condições de trabalho dos caminhoneiros. Entre as principais reivindicações estão:

• Estabilidade contratual para caminhoneiros

• Transparência nas contratações e recusas de serviço

• Revisão do marco regulatório do transporte rodoviário de cargas

A ideia é atualizar a legislação às realidades atuais da profissão.

Chicão afirma que o movimento deve seguir a lei, sem obstrução de estradas ou bloqueios de tráfego:

“Queremos nossos direitos, mas não queremos atrapalhar a vida de ninguém.”

Há ligação com pautas políticas?

Sim.

O desembargador aposentado Sebastião Coelho tem convocado paralisações por motivações políticas, como a libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro e investigados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.

Em vídeo recente, Coelho disse:

“Até quando vamos ficar de braços cruzados vendo nosso país afundar? Paralisação já.”

Categoria apoia a greve?

As principais entidades sindicais e representativas não apoiam o movimento:

CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística)

• Se posicionou contra a paralisação

• Afirma não aceitar manipulação política envolvendo caminhoneiros

CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos)

• Diz não ter sido informada de nenhuma mobilização oficial

• Reforça que nenhuma federação ou sindicato ligado a ela deliberou por greve

Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros de SP)

• Afirma que não participa e que o ato tem motivação ligada à situação jurídica de Bolson