Polícia confirma que mulher e bebê comeram açaí envenenado; criança não resistiu

Caso foi registrado no estado do Rio Grande do Norte.

Publicado em 5 de maio de 2025 às 17:10

Geisa de Cassia Tenorio Silva, de 50 anos, e a bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de 8 meses, sofreram uma intoxicação após comer o alimento envenenado.
Geisa de Cassia Tenorio Silva, de 50 anos, e a bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de 8 meses, sofreram uma intoxicação após comer o alimento envenenado. Crédito: Arquivo da família. 

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte confirmou nesta segunda-feira (5), que o açaí enviado para uma mulher que tomou a sobremesa e deu para uma bebê, estava envenenado.

Geisa de Cassia Tenorio Silva, de 50 anos, e a bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de 8 meses, sofreram uma intoxicação após comer o alimento envenenado.

Geisa chegou a ficar duas semanas internada em estado grave na UTI do Hospital Regional de Macaíba. A bebê, que era prima de segundo grau e sobrinha postiça de Geisa, morreu no mesmo dia em que comeu a sobremesa.

O laudo da perícia aponta a presença de veneno em amostras do açaí recolhidas na casa da vítima. As autoridades não divulgaram qual foi a substância encontrada e mantém o laudo em sigilo.

Segundo informações repassadas às autoridades, Geisa ganhou três presentes anônimos, em três dias diferentes, antes de sua internação: um urso rosa com chocolates e um bilhete com a frase “depois que te perdi foi que percebi que te amo”, bombons e três açaís com granola.

A família desconfia que um dos ex-namorados da mulher pode estar por trás do envenenamento, e que a substância possa ter sido colocada só na granola, já que uma terceira pessoa teria experimentado só o açaí.

“Ela provou só açaí, sem a granola. Não deu nada nela. A minha mãe só toma açaí com granola. Ela misturou os dois, tomou e deu para a bebê. A gente suspeita que o veneno estava todo na granola”, afirma o filho da mulher.

Na segunda-feira, 14 de abril, Geisa recebeu um pote de 200 ml de açaí, que vem com granola na própria tampa, vendido em supermercados, e alguns chocolates. A mulher guardou a sobremesa no freezer e pela noite decidiu comer. Ela dividiu o açaí com Yohana, de 8 meses. Cerca de 40 minutos depois a criança passou mal, foi levada para uma UPA e veio a óbito. Geisa também passou mal, mas a família acreditou que se tratava de “algo emocional” relacionada a morte da bebê.

Mas na terça-feira (15), no horário do almoço, enquanto a família estava reunida resolvendo os trâmites legais do velório da bebê, chegou, novamente, um entregador com mais um “presente”: dois potes de açaí com granola. Cerca de 15 minutos depois de ter ingerido a sobremesa, Geisa voltou a passar mal e dessa vez foi levada para uma UPA. A mulher precisou ser entubada. Até então a família não desconfiava do envenenamento, mas com o caso de intoxicação a equipe médica acionou a polícia.

No laudo de óbito de Yohana Maitê, fornecido pelo hospital Giselda Trigueiro, não há causa da morte, pois os médicos trabalhavam com a hipótese de engasgo.

Em nota, a polícia afirmou que a investigação ainda está em andamento e que ainda não é possível afirmar a causa da morte da bebê Yohana. “A criança ainda não foi submetida à necropsia pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), o que impede a confirmação oficial do óbito”, diz a nota.