Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 11:54
O avanço de uma onda de calor que atinge o Rio de Janeiro no fim de dezembro levou o governo estadual a classificar o cenário como emergência em saúde pública. O reconhecimento foi feito pela secretária de Estado de Saúde, Cláudia Mello, durante coletiva realizada nesta segunda-feira (29), diante do aumento expressivo de atendimentos médicos associados às altas temperaturas.>
Nos últimos dias, o estado tem registrado marcas acima da média histórica. No domingo (28), os termômetros chegaram a 37 °C, e a previsão indica picos de até 40 °C em diferentes regiões da capital, segundo sistemas de monitoramento meteorológico. O fenômeno não se restringe ao Rio e acompanha um padrão observado em outras partes do país, sob influência de uma intensa massa de ar quente.>
O impacto já é sentido na rede pública de saúde. Entre os dias 23 e 27 de dezembro, período em que o município entrou nos níveis mais elevados de alerta térmico, foram contabilizados 2.793 atendimentos de urgência e emergência possivelmente relacionados ao calor, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde. Sintomas como tontura, fraqueza e desmaios lideram os registros, além do crescimento nos casos de queimaduras solares.>
Diante desse cenário, o governo estadual colocou em prática uma força-tarefa interinstitucional para reduzir os riscos à população. Uma das principais iniciativas é a operação “Frota da Hidratação”, que começou no domingo (28) com a distribuição de água potável em áreas de grande circulação. A ação contempla praias da Zona Sul, como Leme, Copacabana, Arpoador e Ipanema, e o Parque Madureira, na Zona Norte.>
Ao todo, estão sendo disponibilizados 10 mil litros de água, distribuídos por meio de uma kombi e 14 bicicletas posicionadas em postos de salva-vidas. Os pontos também oferecem bebedouros para animais. A água, captada na Estação de Tratamento do Guandu, passa por controle permanente de qualidade.>
A partir desta segunda-feira (29), a iniciativa foi ampliada para regiões de intenso fluxo de pessoas, como a Central do Brasil e as estações ferroviárias de Bangu, Campo Grande e Madureira, com foco especial em passageiros do transporte público e pessoas em situação de rua.>
Na rede de saúde, as 27 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais reforçaram os protocolos voltados ao calor extremo, com instalação de pontos de hidratação em áreas externas e atendimento direcionado a pacientes com sintomas relacionados às altas temperaturas.>
Paralelamente, órgãos de monitoramento seguem em alerta. O Corpo de Bombeiros e o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) acompanham as condições climáticas e emitem avisos sobre calor intenso e baixa umidade do ar, orientando a população a adotar medidas de prevenção.>
As autoridades reforçam a recomendação para que a população mantenha hidratação constante, evite exposição prolongada ao sol nos horários mais quentes e busque atendimento médico diante de sinais de mal-estar.>