Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 08:33
A greve dos trabalhadores dos Correios, iniciada nesta semana em diferentes regiões do país, passou a ter restrições impostas pela Justiça do Trabalho. Em decisão liminar proferida nesta sexta-feira (19), a ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que a estatal mantenha ao menos 80% do seu quadro de funcionários em atividade durante o movimento grevista.>
A medida atende a um pedido apresentado pela própria empresa e é direcionada aos sindicatos que representam os empregados. Caso a determinação não seja cumprida, a decisão prevê a aplicação de multa diária de R$ 100 mil por entidade sindical.>
A paralisação atinge trabalhadores em nove estados: Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apesar da mobilização, a ministra destacou que o serviço postal possui natureza essencial e, por isso, não pode sofrer interrupção total, sobretudo em um momento em que há um dissídio coletivo em tramitação no próprio TST.>
Na decisão, Kátia Arruda também considerou o impacto direto da greve sobre a população e os serviços públicos, reforçando a necessidade de equilíbrio entre o direito de greve e a continuidade das atividades consideradas indispensáveis.>
Os trabalhadores reivindicam a formalização de um novo acordo coletivo, reajuste salarial e medidas para enfrentar a crise financeira da estatal. Os Correios acumulam prejuízos recentes e, segundo informações já divulgadas, devem recorrer a um empréstimo de R$ 12 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, para equilibrar as contas.>
Em nota, a empresa afirmou que todas as agências permanecem abertas e que planos de contingência foram acionados para reduzir os efeitos da greve no atendimento ao público enquanto as negociações seguem em curso.>