Agente de trânsito é preso em Belém acusado de integrar esquema criminoso milionário
Servidor é apontado como alvo central da Operação 'Passe Livre', que investiga extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro ligada a facção criminosa.
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 07:48
Um agente de trânsito foi preso em Belém, investigado na Operação 'Passe Livre', suspeito de participação em um esquema criminoso que envolve extorsão qualificada, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. O servidor se apresentou espontaneamente à Polícia Civil, na última segunda-feira (1º), para cumprir o mandado de prisão preventiva já expedido contra ele. A ofensiva policial soma agora 11 detidos.
A prisão ocorreu na Delegacia de Repressão às Facções Criminosas (DRFC), unidade integrada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Conforme a polícia, o agente figurava como peça-chave no esquema criminoso.
Deflagrada em 26 de novembro, a Operação "Passe Livre" atua na Região Metropolitana de Belém e também alcança os municípios de Tracuateua, São Miguel do Guamá e Salvaterra, além de Primavera do Leste, no Mato Grosso. A ação mira a atuação de uma organização criminosa ligada ao transporte irregular de passageiros. Na data de lançamento da operação, foram cumpridas 10 prisões preventivas, 25 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de valores que somam R$ 22.592.418,79.
Segundo a Polícia Civil, o agente de trânsito estava em local incerto e era considerado foragido até se apresentar. Ele destacou que a colaboração entre integrantes da facção e servidores públicos agravava o alcance das ações criminosas.
Ainda de acordo com a polícia, a cooperação entre faccionados e agentes estatais "mostra o alto grau de risco social e econômico representado pelo grupo". O grupo, segundo a investigação, controlava um serviço público essencial, o de transporte.
As investigações iniciaram em 2023, após uma vítima relatar à DRFC que vinha sendo extorquida por membros de uma cooperativa de vans irregulares vinculada a uma facção criminosa.
O agente preso foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça. As investigações continuam para localizar e responsabilizar outros envolvidos no esquema.
