Caso de agressão com motivação racista e transfóbica choca frequentadores de bar em Belém

Praticante de artes marciais é acusado de agredir jovem após ataques preconceituosos contra grupo negro e LGBTQIA+

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 20:55

Praticante de artes marciais é acusado de agredir jovem após ataques preconceituosos contra grupo negro e LGBTQIA+
Praticante de artes marciais é acusado de agredir jovem após ataques preconceituosos contra grupo negro e LGBTQIA+ Crédito: Reprodução Redes Sociais

Um episódio de violência envolvendo racismo, transfobia e agressão física marcou a madrugada do último sábado (30), em um bar e restaurante de Belém. O acusado é Lorenzo Barbosa, praticante de artes marciais, apontado como autor do soco que atingiu o rosto de uma das vítimas após uma série de hostilidades contra um grupo de amigos negros e LGBTQIA+.

Segundo relato das vítimas, a confusão iniciou ainda na noite de sexta-feira (29), no Rebuw Bar e Restaurante, quando um grupo de homens e mulheres brancos passou a encarar e lançar comentários preconceituosos. O clima piorou quando os agressores direcionaram falas transfóbicas contra duas pessoas do grupo. Uma mulher trans foi ridicularizada com frases como “arranca a peruca dela”, em referência a sua lace, e um homem trans ouviu ataques como “vire mulher de novo”.

Ao se posicionar em defesa dos amigos, uma das vítimas foi atingida por um soco desferido por Lorenzo Barbosa. Após a agressão, o lutador teria deixado o local. O episódio, classificado como “humilhante” e “constrangedor" pelas vítimas, reforça o cenário de vulnerabilidade ainda vivido por pessoas negras e LGBTQIA+.

A vítima que levou o soco afirmou que decidiu tornar o caso público para denunciar a gravidade do crime. “Esse tipo de violência não é um fato isolado. Racismo e transfobia não são opiniões ou discussões de bar, são crimes previstos em lei. Não vamos nos calar, seguimos exigindo respeito, responsabilização e justiça”, declarou.

Crime previsto em lei

De acordo com a legislação brasileira, tanto o racismo quanto a transfobia são enquadrados como crimes, passíveis de punição. Desde 2019, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a homofobia e a transfobia passaram a ser equiparadas ao crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89.

O caso deve ser registrado formalmente e investigado pelas autoridades competentes.