Delegado e policiais são denunciados por homicídio e desvio de droga no Pará
Ministério Público do estado estima que grupo pode ter desviado até US$ 32 milhões.
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 11:36
O MPPA (Ministério Público do Pará) denunciou um delegado e cinco policiais civis por executarem um homem no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. Claudiney de Oliveira Mattos foi morto em 3 de abril de 2025.
Os acusados são: o delegado Diego Pinheiro Catunda e os investigadores Sérgio Alves de Souza, Carlos Waldecyr Santos de Souza, Edilson Melo das Chagas, Moacir Barreiros Alves e Ulisses Santos Pará Filho.
Segundo o MP, os policiais executaram a vítima sem chances de defesa. No começo das investigações, a Polícia Civil havia alegado se tratar de uma operação e não de um confronto, mas a perícia apontou para assassinato à curta distância e classificou o episódio como "execução sumária".
O juiz Wagner Soares da Costa aponta que, além do assassinato, houve desvio de entorpecentes durante a operação. Os policiais alegaram que foram recuperados 130 kg de drogas, mas, na verdade, os réus capturaram muito mais. Para o MP, a diferença pode equivaler a US$ 32 milhões.
"No curso de investigação, apresentando versão falsa sobre a apreensão de drogas e as circunstâncias da morte, descrevendo-a como decorrente de confronto e legítima defesa policial, quando na verdade teria se tratado de execução", cita trecho da denúncia do MP.
Entenda o caso
Em abril deste ano, a Policia Civil do Pará divulgou uma apreensão de cerca de 110 kg de cocaína, 29 kg de substância similar a LSD (droga sintética), 7 mil comprimidos de ecstasy e dois fuzis de calibre 556. A operação teria ocorrido em um sítio onde estariam sendo fabricadas drogas, em Marituba, segundo versão da polícia à época.
A polícia também informou, na época, que, no momento em que os policiais adentraram o local, "foram recebidos pelos suspeitos com tiros de fuzis, revidaram a injusta agressão e conseguiram neutralizar um deles”. Agora, a denúncia do MPPA aponta que o que ocorreu foi, na verdade, uma execução.
