Laudo da necropsia de filho da escrivã da PC é liberado dois meses após morte

Na análise da defesa, o jovem já teria sido neutralizado no primeiro tiro, o que não justificaria o segundo disparo.

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 14:03

Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, foi morto durante uma operação da corporação no dia 8 de outubro.
Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, foi morto durante uma operação da corporação no dia 8 de outubro. Crédito: Reprodução

O laudo da necropsia do corpo do assistente administrativo Marcello Victor Carvalho de Araújo, morto durante operação da Polícia Federal, em Belém, foi liberado esta semana. O jovem de 24 anos era filho e uma escrivã da Polícia Civil do Pará.

Segundo a defesa da família de Marcelo, o laudo traz a análise de como os dois disparos atingiram o rapaz. A primeira perícia foi realizada pela Polícia Federal e uma segunda perícia foi feita a pedido da família, que acredita que o rapaz foi morto pelos agentes de forma proposital, e sem chances de defesa.

O novo laudo aponta que o primeiro disparo atingiu Marcello na região do queixo e ficou alojado próximo ao ombro, e foi feito com baixa intensidade e baixa velocidade com uma arma de calibre menor. Já o segundo disparo, de acordo com o laudo pericial, teria sido de alta intensidade, de arma do tipo fuzil e foi o que realmente teria tirado a vida de Marcelo.

Na análise da defesa, o jovem já teria sido neutralizado no primeiro tiro, o que não justificaria o segundo disparo.

“Nós entendemos que em nenhum momento o Marcello precisou ser neutralizado. Porém o primeiro obviamente já o neutralizou, então não vemos a necessidade de um outro disparo. Na verdade, nenhum disparo deveria ter sido feito”, afirmou o advogado da família em uma entrevista a uma emissora de TV local.

Outro ponto importante apontado no laudo, segundo a defesa, foi a ausência de marcas que indicassem que o rapaz teria dado um soco no atirador. “Não há qualquer tipo de mancha ou de hematoma nessa região da mão”.

Segunda a PF, a corporação cumpria mandados da Operação Eclesiastes, que investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Em nota, a morte de Marcello foi amenizada e tratada como consequência de uma reação, o que segundo a família não ocorreu.