Pará registra mais de 12 mil nascimentos de bebês prematuros em 2025

Campanha “Novembro Roxo” chama atenção para os cuidados no início da vida dos nascidos com menos de 37 semanas de gestação para reduzir número de prematuros

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 15:31

 Campanha Novembro Roxo quer melhorar início da vida de bebês prematuros.
 Campanha Novembro Roxo quer melhorar início da vida de bebês prematuros. Crédito: Divulgação

Entre janeiro e novembro (07/11) de 2025, o Pará registrou o nascimento de 12.196 bebês prematuros, ou seja, nascidos com menos de 37 semanas. Somente nos primeiros nove meses deste ano, o Brasil registrou 193.281 nascimentos de bebês prematuros, de acordo com a Plataforma de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Os índices têm diminuído – em 2023, o Pará registrou o nascimento de 15.718 bebês prematuros - nos últimos anos graças a campanhas de conscientização sobre o tema, como o Novembro Roxo, mas ainda assim, no Pará, o número representa 12,52% dos nascidos vivos no estado.

Em 2025, a campanha traz o tema “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”, escolhido por uma rede global de organizações de pais de bebês prematuros, que decidiram de forma coletiva, por meio de encontros e debates entre representantes de diversos países que compartilham uma missão comum: melhorar os desfechos para os bebês que nascem antes do tempo.

“O foco principal da campanha de 2025 é chamar atenção para a importância de oferecer aos prematuros um início de vida com cuidado especializado, humanizado e contínuo, desde os primeiros minutos, passando pela internação na UTI neonatal, até o seguimento nos primeiros anos de vida. Esse cuidado é fundamental para garantir o pleno desenvolvimento do bebê, a saúde na infância e também na vida adulta”, diz a pediatra e neonatologista, Tattiana Alvarez.

Cada intervenção feita na primeira infância tem potencial de impactar positivamente a vida toda de um bebê prematuro. “Quando oferecemos atenção integral, baseada em evidências e centrada na família, os prognósticos melhoram significativamente, reduzindo sequelas, internações futuras e ampliando as oportunidades de uma vida com mais qualidade para o bebê e para os pais”, completa a especialista.

O Novembro Roxo reforça a urgência de investir em cuidado interdisciplinar especializado e em políticas públicas que garantam acompanhamento aos bebês prematuros.

Questões que podem ser levantadas durante a campanha Novembro Roxo

Quais as principais causas de parto prematuro?

  • bolsa rota/ruptura prematura de membrana (RUPREME ou ROPREMA)
  • hipertensão materna
  • insuficiência istmo-cervical
  • descolamento prematuro da placenta
  • placenta prévia
  • malformações uterinas
  • infecções uterinas
  • gestação múltipla
  • fertilização in vitro
  • malformações fetais

O bebê prematuro

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação (36 semanas e 6 dias) é considerado prematuro, ou pré-termo.

Os bebês prematuros podem ser classificados de acordo com a idade gestacional ao nascer, sendo:

Prematuros extremos: aqueles que nascem antes das 28 semanas

  • Muito prematuros: entre 28 e 31 semanas
  • Moderados: os que nascem entre 32 e 36 semanas de gestação

Além disso, com relação ao peso de nascimento, os bebês podem ser divididos em:

  • Baixo peso: menos de 2,5kg (2.499g ou menos)
  • Muito baixo peso: menos de 1,5kg (1.499g ou menos)
  • Extremo baixo peso: aqueles com peso menor que 1kg (999g ou menos)

Características do prematuro:

  • Geralmente tem baixo peso ao nascer
  • Pele fina, brilhante e rosada
  • Veias visíveis
  • Pouca gordura sob a pele
  • Pouco cabelo
  • Orelhas finas e moles
  • Cabeça desproporcionalmente maior do que o corpo
  • Musculatura fraca e pouca atividade corporal
  • Poucos reflexos de sucção e deglutição (sugar e deglutir)
  • Principais complicações
  • Problemas respiratórios
  • Complicação cardíaca
  • Complicação intestinal
  • Hemorragia cerebral
  • Retinopatia

Sobrevivência e sequelas

As possibilidades de sobrevida estão condicionadas a idade gestacional, o peso ao nascer e as complicações que o bebê prematuro apresenta.

Existem fatores que aumentam o risco de sequelas, e, algumas dessas incapacidades só poderão ser diagnosticadas durante a infância.

Taxas de sobrevivência:

Prematuros de 22 semanas - sobrevivência de 2% a 15%.

Prematuros de 23 a 25 semanas - 23 semanas têm taxa de sobrevivência entre 15% e 40%; com 25 semanas é em torno de 55% a 70%.

Prematuros de 26 a 28 semanas - taxas de sobrevivência são de 75% a 85%.

Prematuros de 29 a 32 semanas - taxa de sobrevivência é entre 90% e 95%.

Prematuros de 33 a 36 semanas - taxa de sobrevivência é maior do que 95%.

Vacinas

De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), aproximadamente 40% das mortes de bebês ocorrem no período neonatal (primeiros 28 dias de vida), e muitas dessas mortes ocorrem por infecções que podem ser prevenidas por meio de vacinas disponíveis para as gestantes.

Durante a gestação, os anticorpos da mãe passam para a criança por meio da placenta e, depois do nascimento, pelo leite materno. A vacina tríplice bacteriana, por exemplo, protege contra coqueluche, tétano e difteria. Todas essas doenças causam complicações na gravidez e são responsáveis por altas taxas de mortalidade de recém-nascidos. É muito importante não atrasar a dose dessa vacina, pois, caso o bebê nasça prematuro, ele já terá recebido a imunização.

Idade Cronológica x Corrigida

A "idade cronológica" é a idade real que o bebê tem, o tempo de vida dele depois do nascimento. Por exemplo: um bebê que nasceu dia 10 de abril terá 3 meses de idade cronológica no dia 10 de Julho.

A "idade corrigida" é a idade ajustada ao grau de prematuridade. É a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas.

Por que utilizar a idade corrigida?

É preciso levar em consideração que quando o prematuro nasce, ele é submetido a várias situações adversas ainda na UTI e, o que influenciará no padrão de crescimento.

Sendo assim, utilizamos a "idade corrigida" para avaliar de forma mais adequada o desenvolvimento físico, intelectual e comportamental até mais ou menos os três anos da criança.

Nutrição

Em função da imaturidade do trato gastrointestinal dos prematuros e da falta de reflexos de sucção e deglutição, eles podem precisar receber suas primeiras calorias por via intravenosa ou sonda, mas ainda assim, a amamentação é possível e imprescindível.