Publicado em 18 de junho de 2025 às 18:03
Com foco no empreendedorismo e na inclusão produtiva de refugiados indígenas da etnia Warao, o Sebrae no Pará e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil, firmaram um acordo de cooperação nesta quarta-feira (18), em Belém. A iniciativa marca o Dia Mundial dos Refugiados, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado na próxima sexta (20).>
De forma prática, a parceria prevê ações de capacitação empreendedora, com foco na geração de renda, valorização de saberes tradicionais e fortalecimento da autonomia econômica dos indígenas, que tem origem na Venezuela. As capacitações devem começar em breve.>
“O que assinamos hoje com o Acnur é mais um movimento de entrega do Sebrae para fortalecer o empreendedorismo, só que agora especificamente com o povo Warao, com o intuito de fazer com que a atividade seja desenvolvida por essas pessoas, esse é o grande negócio do Sebrae. O Acnur entra com toda a curadoria dos indígenas e nós, com as capacitações. Hoje temos cerca de 1.300 pessoas desse povo aqui no Pará, na região metropolitana são cerca de 900, e em breve iniciaremos o trabalho com as trilhas de capacitação para 150 artesãos, ou seja, mais de 10% desse povo será atendido, fortalecendo o mercado de trabalho. Esse é um povo que não escolheu viver essa situação, e nós, de forma cuidadosa, queremos entregar muita dignidade e mostrar que o povo brasileiro sempre ajuda os que precisam”, destacou o diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.>
Os artesãos da etnia Warao, já trabalham com peças feitas a partir do buriti, mas precisam aperfeiçoar suas habilidades com base em seus conhecimentos ancestrais. Dessa maneira, a ideia é oferecer abertura de mercado e novos negócios para os cerca de 150 indígenas que serão atendidos inicialmente na capital paraense.>
“Ao todo, somos cerca de 900 indígenas do povo Warao, entre crianças, adolescentes e adultos, vivendo em Belém. Desses, mais de 100 são envolvidos com o artesanato. Nossa expectativa com esse acordo é conquistar capacitação, apoio para financiamento, e continuar o trabalho que já realizamos. Sonhamos com um espaço fixo para nossa produção e comercialização. Queremos inspirar outros indígenas a acreditarem que é possível. Quero, no futuro, poder dizer que consegui ajuda das pessoas e das instituições certas, e é isso que me motiva a seguir em frente”, disse a indígena Gardênia Cooper, representante dos Warao, e uma das artesãs que será atendida pela iniciativa.>
O Sebrae/PA será responsável pela curadoria de metodologias e oferta de capacitações presenciais ou híbridas (presencial e on-line), voltadas ao empreendedorismo e à produção artesanal, enquanto o ACNUR no Brasil atuará na mobilização e identificação de beneficiários.>
“O processo de inclusão social e econômica das pessoas refugiadas não é uma responsabilidade exclusiva do Estado ou de agências humanitárias. Essa é uma oportunidade também para que o setor privado possa contribuir com inovação e impacto social. Então, essa parceria com o Sebrae/PA, representa uma oportunidade estratégica para que refugiados e empreendedores tenham acesso à capacitação, à orientação direcionada e a oportunidades eficazes de geração de renda para que eles possam reconstruir suas vidas aqui no Brasil”, ressaltou Janaína Galvão, chefe do escritório do ACNUR em Belém.>
O ACNUR estima que cerca de 1.300 indígenas da etnia Warao vivam atualmente no Pará, sendo 900 deles na metropolitana de Belém. A iniciativa reforça o compromisso das instituições com o desenvolvimento sustentável e a integração social e econômica de populações vulneráveis no estado>