Veja o momento em que médico arrasta namorada com carro em Belém

Um episódio de violência chocou moradores do bairro Umarizal, em Belém, na madrugada do último domingo (26). Câmeras de segurança flagraram o momento em que um médico de 30 anos arrastou sua ex-namorada, de 27, por aproximadamente 250 metros com o carro em movimento, após uma discussão na Rua João Balbi. O caso, registrado como tentativa de feminicídio, levou à prisão preventiva do suspeito nesta quarta-feira (30), cumprida pela Delegacia de Enfrentamento ao Feminicídio (DEFEM).

De acordo com as investigações, o casal havia acabado de retornar de um casamento quando iniciou uma briga. A vítima teria manifestado o desejo de encerrar o relacionamento, o que provocou a reação violenta do médico. Testemunhas relataram que ele empurrou a jovem, derrubando-a duas vezes na calçada e na via. Em seguida, quando ela se aproximou do carro para tentar recuperar seus pertences, o homem arrancou o veículo e a arrastou pelo asfalto em alta velocidade.

As imagens das câmeras mostram a mulher de vestido vermelho sendo perseguida e agredida antes do momento em que é puxada pelo carro. Mesmo com a movimentação intensa na rua, nenhum motorista que passava pelo local parou para intervir. A vítima foi socorrida por pessoas que testemunharam a cena e levada ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência.

Os ferimentos foram graves: ela perdeu dentes, sofreu queimaduras e escoriações por arrasto em várias partes do corpo, além de múltiplos hematomas. Após o crime, o suspeito fugiu e permaneceu foragido até se apresentar espontaneamente na Seccional de Icoaraci, onde teve a prisão preventiva decretada pela 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Belém. Durante o interrogatório, o médico optou por permanecer em silêncio e foi encaminhado ao sistema prisional, onde segue à disposição da Justiça.

A Polícia Civil informou que o inquérito segue em andamento para esclarecer outros detalhes sobre o relacionamento do casal e as circunstâncias do crime. Segundo a DEFEM, os elementos reunidos até agora confirmam a intenção de matar, caracterizando o caso como tentativa de feminicídio.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) declarou que o ato praticado é considerado crime comum, sem relação com o exercício profissional, e que o médico não possui registro de especialista em psiquiatria. O órgão ressaltou que eventuais sanções relacionadas à conduta pessoal do profissional serão analisadas pelas instâncias cível e criminal competentes.

O caso reacende o alerta para a escalada da violência contra mulheres em relacionamentos afetivos no estado. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o Pará registrou mais de 70 casos de feminicídio entre janeiro e outubro deste ano, número que reforça a urgência de políticas de prevenção e proteção às vítimas de violência doméstica.