IPCA-15 de dezembro desacelera e mantém inflação dentro da meta oficial

Prévia da inflação fecha o ano com avanço moderado, alívio nos alimentos consumidos em casa e pressão concentrada em transportes, segundo dados do IBGE.

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 12:26

IPCA-15 de dezembro desacelera e mantém inflação dentro da meta oficial
IPCA-15 de dezembro desacelera e mantém inflação dentro da meta oficial Crédito: Reprodução

A inflação medida pelo IPCA-15 encerrou dezembro com alta de 0,25%, consolidando um acumulado de 4,41% em 12 meses e mantendo o índice dentro do intervalo de tolerância da meta do governo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam o segundo mês consecutivo de controle após um período prolongado acima do limite.

O resultado confirma uma trajetória de desaceleração observada desde novembro, quando o indicador havia recuado para 4,5%. O pico mais recente ocorreu em abril, com taxa acumulada de 5,49%. Apesar da melhora, o comportamento dos preços ao longo do ano influenciou decisões da política monetária, como a elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado na véspera, a expectativa do mercado financeiro é de que a inflação oficial feche 2025 em 4,33%, projeção que também permanece dentro da margem permitida pelo sistema de metas.

Pressões concentradas em transportes

Na leitura de dezembro, seis dos nove grupos pesquisados apresentaram alta. O maior impacto veio do setor de transportes, que avançou 0,69% e respondeu por 0,14 ponto percentual do índice. O destaque ficou para as passagens aéreas, com aumento expressivo de 12,71%, a maior variação individual entre todos os itens pesquisados.

Também contribuíram para a alta os serviços de transporte por aplicativo, que subiram 9%, e os combustíveis, com reajuste médio de 0,26%. O etanol teve aumento de 1,7%, enquanto a gasolina avançou 0,11%.

Vestuário e despesas pessoais também registraram variações relevantes, ambas com alta de 0,69% e 0,46%, respectivamente. Na outra ponta, artigos de residência apresentaram queda de 0,64%, ajudando a conter o índice do mês.

Alívio no custo da alimentação doméstica

Apesar de o grupo alimentação e bebidas ter registrado variação positiva de 0,13%, a alimentação no domicílio recuou 0,08%, marcando o sétimo mês consecutivo de queda nos preços dos alimentos consumidos em casa. Produtos como tomate (-14,53%), leite longa vida (-5,37%) e arroz (-2,37%) puxaram esse movimento.

No acumulado do ano, no entanto, refeições fora do lar e itens específicos, como café moído e carnes, pressionaram o grupo. A alimentação fora de casa avançou 6,25%, enquanto o café acumulou alta superior a 40% em 2025.

Habitação lidera altas no ano

No balanço anual, o grupo habitação foi o principal responsável pela inflação, com alta de 6,69%, impulsionada sobretudo pela energia elétrica residencial, que subiu 11,95% e teve o maior impacto individual no índice. Educação, despesas pessoais e saúde também figuram entre os grupos com maiores elevações no período.

Entenda o IPCA-15

O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial (IPCA) e segue a mesma metodologia, diferenciando-se pelo período de coleta e pela abrangência geográfica. Nesta divulgação, os preços foram pesquisados entre 14 de novembro e 12 de dezembro em 11 localidades do país. O IPCA cheio de dezembro será conhecido em 9 de janeiro.

Ambos os índices refletem o custo de uma cesta de bens e serviços consumidos por famílias com renda entre um e 40 salários mínimos e servem de referência para as decisões econômicas do governo e do Banco Central.