Ozzy Osbourne: lendas, excessos e loucuras de um ícone que desafiou o impossível

Com mais de cinco décadas de carreira, Ozzy Osbourne não foi apenas um dos fundadores do heavy metal ao lado do Black Sabbath, banda com a qual lançou álbuns históricos como Paranoid (1970) e Sabbath Bloody Sabbath (1973), mas também um dos personagens mais excêntricos e controversos da história do rock.

Em sua carreira solo, o cantor britânico, nascido John Michael Osbourne, gravou outros 12 discos que imortalizaram canções como Bark at the Moon e No More Tears. No entanto, a música é apenas parte do legado de Ozzy.

As histórias que cercam sua trajetória pessoal e profissional são tão lendárias quanto suas canções. Algumas beiram o surreal, resultado direto de um comportamento imprevisível, marcado por vícios e excentricidades que ajudaram a moldar sua imagem pública.

Um dos episódios mais insólitos aconteceu em 1982, quando um fã jogou um morcego real no palco durante um show em Iowa, nos Estados Unidos. Pensando se tratar de um brinquedo, Ozzy mordeu a cabeça do animal, e precisou tomar vacinas contra raiva. Décadas depois, descreveu o gosto como “quente e crocante, tipo McDonald’s”.

Mas os excessos de Ozzy começaram bem antes. Em 1981, durante um evento da gravadora CBS, ele deveria liberar pombas brancas em sinal de paz. No entanto, arrancou a cabeça de uma delas com os dentes, chocando os executivos da empresa e sendo banido das dependências da gravadora.

O vocalista também ficou conhecido por episódios escatológicos. Entre eles, quando urinou no Álamo, no Texas, o que resultou em uma proibição temporária de entrada no estado. Em outra ocasião, segundo relato do falecido baixista Pete Way, Ozzy defecou na porta da casa do cantor Bryan Ferry, após saber que ensaiava próximo dali.

A vida pessoal do artista também foi marcada por turbulências. Sua esposa e empresária, Sharon Osbourne, revelou já ter tentado suicídio após descobrir uma traição mais séria do marido, em meio a outras infidelidades corriqueiras. Em outra história no Japão, Ozzy levou uma fã para o quarto de hotel sem perceber que Sharon dormia na cama. O desfecho envolveu agressão e um quadro quebrado na cabeça do cantor.

Fogo e religião também entraram na lista de comportamentos polêmicos. Durante turnês nos anos 1970, o cantor ateava fogo em barbas e jornais em público. Também foi acusado de destruir exemplares da Bíblia em hotéis nos Estados Unidos, o que provocou brigas internas na banda.

Apesar dos inúmeros episódios de autodestruição, Ozzy Osbourne desafiou as estatísticas, e a lógica. Para muitos, é um milagre que ele tenha sobrevivido a tantos excessos. Entre caos e genialidade, deixou para trás não só uma obra musical inesquecível, mas uma coleção de histórias que reforçam sua posição como uma figura única, polêmica e lendária na história da música.