Investigação no Corinthians expõe contrato suspeito com 'empresa de fachada'

Diante das inconsistências, o MP-SP deve aprofundar as apurações para verificar possíveis crimes de estelionato, falsidade ideológica, furto qualificado e associação criminosa

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 15:18

CT Joaquim Grava do Corinthians
CT Joaquim Grava do Corinthians Crédito: Reprodução / Timão TV

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) voltou a colocar sob desconfiança os contratos firmados pelo Corinthians durante a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves. Desta vez, o alvo é o "Oliveira Minimercado", estabelecimento que emitiu sete notas fiscais para o clube entre os dias 18 e 31 de outubro de 2023, totalizando R$ 32,5 mil em serviços. Para os investigadores, há fortes indícios de que a empresa seja de fachada.

Nesta semana, os sócios Geovana Batista de Oliveira e Alexsander Marques Canudo prestaram depoimento ao promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pelo caso. Eles confirmaram que o minimercado teria fornecido marmitas ao Corinthians, mas não souberam detalhar como surgiu o contato com o clube nem com quem negociavam os pedidos.

As contradições chamaram atenção: os empresários afirmaram que não possuíam cozinha industrial, apenas um fogão comum, e não apresentaram documentos contábeis. Também não esclareceram por quanto tempo trabalharam com o Corinthians ou quem eram os funcionários envolvidos no preparo e entrega dos alimentos, alegando apenas que atendiam “demandas pontuais”.

Diante das inconsistências, o MP-SP deve aprofundar as apurações para verificar possíveis crimes de estelionato, falsidade ideológica, furto qualificado e associação criminosa. O episódio se soma à investigação mais ampla sobre o uso de cartões corporativos no clube, que já envolve as gestões de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e até os primeiros meses do atual presidente, Augusto Melo.

A apuração ganhou força após a divulgação de faturas de cartões nas redes sociais, o que levou o MP a colher depoimentos de dirigentes, ex-funcionários e membros dos conselhos do clube. O caso segue em andamento e promete expor novas fragilidades administrativas no Corinthians.