Jogador do América-MG é preso por injúria racial em jogo da Série B

Meia boliviano permanece detido em Ponta Grossa após ofensa a jogador do Operário-PR; pena pode chegar a cinco anos de prisão.

Publicado em 5 de maio de 2025 às 11:07

Caso aconteceu na sexta rodada da Série B - 
Caso aconteceu na sexta rodada da Série B -  Crédito: Reprodução/Disney+

O meia Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante por injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante a partida entre as duas equipes pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, neste domingo (5). A prisão foi efetuada pela Polícia Militar e confirmada pela Polícia Civil do Paraná, que o autuou com base na Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de preconceito de raça ou cor.

A denúncia foi feita ainda no primeiro tempo do jogo, aos 30 minutos, após uma disputa de bola que terminou com ofensas verbais. Segundo a acusação, Miguelito teria chamado Allano de “Preto do c*”**, o que foi testemunhado pelo volante Jacy, também do Operário-PR. O árbitro Alisson Sidnei Furtado paralisou a partida e utilizou o protocolo antirracista da Fifa e da CBF, cruzando os braços em “X” na altura do peito, como prevê a norma.

Após o apito final, autor, vítima e testemunha foram levados à 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, onde Miguelito recebeu voz de prisão. Ele permanecerá custodiado até a audiência de custódia, que deverá ocorrer nas próximas horas.

A Polícia Civil já solicitou imagens da transmissão da partida para embasar o inquérito. A pena prevista para injúria racial é de até cinco anos de reclusão.

Durante o jogo, Allano chegou a levar um cartão amarelo por entrada forte em Miguelito, pouco após o episódio. O meia do América-MG foi substituído no intervalo.

Além disso, um torcedor foi identificado por arremessar um copo nos jogadores do América-MG e retirado por policiais militares. O incidente também será incluído na súmula da partida.

Notas oficiais dos clubes sobre o caso foram divulgadas, reforçando repúdio a atos de racismo e apoio às investigações.