Protocolo de concussão: entenda por que Jaderson e Novillo saíram do Re-Pa na final do Parazão

Colisão entre Jaderson e Novillo paralisou o clássico Re-Pa; regra da FIFA permitiu substituições extras durante Remo x Paysandu no Mangueirão.

Publicado em 8 de maio de 2025 às 07:46

Jogadores se chocaram de cabeça no segundo tempo do clássico - 
Jogadores se chocaram de cabeça no segundo tempo do clássico -  Crédito: Reprodução/TV Cultura

A final do Campeonato Paraense 2025, disputada entre Remo e Paysandu na noite desta quarta-feira (7), ficou marcada por um momento tenso e inédito no futebol local. Durante o segundo tempo do clássico Re-Pa, os jogadores Jaderson, do Remo, e Novillo, do Paysandu, colidiram de cabeça em um lance disputado aos 26 minutos, acionando o protocolo de concussão previsto pela FIFA.

O impacto forçou a paralisação imediata do confronto e a entrada de três ambulâncias no gramado do Estádio Mangueirão, em Belém. Após avaliação médica, ambos os atletas foram substituídos com base no novo protocolo, que entrou em vigor em julho de 2024 e permite substituições emergenciais em casos de suspeita de lesão cerebral.

Entenda como funciona o protocolo de concussão no futebol

O protocolo de concussão é uma medida da FIFA, implementada oficialmente no futebol profissional a partir de 1º de julho de 2024, para proteger a saúde dos atletas que sofrem traumas na cabeça. A regra permite que, em caso de suspeita de concussão cerebral, o jogador seja substituído sem que isso consuma uma das cinco substituições regulamentares da equipe.

De acordo com a International Football Association Board (IFAB), a decisão de acionar o protocolo cabe à equipe médica do clube, que pode solicitar a troca ao quarto árbitro assim que identificar os sintomas. Além disso, a equipe adversária também tem direito a uma substituição adicional, como forma de manter o equilíbrio técnico da partida.

Na decisão do Parazão 2025, como dois jogadores de times diferentes foram atingidos no mesmo lance, as duas equipes receberam direito a duas substituições extras, podendo realizar até sete trocas ao longo do jogo.

O protocolo pode ser aplicado em três situações:

  • Imediatamente após o impacto, com avaliação médica em campo;
  • Após avaliação fora de campo, mesmo que o atleta tenha voltado à partida;
  • Em momento posterior, caso os sintomas apareçam com o tempo.

Uma possibilidade rara, mas prevista, é a reutilização de um jogador previamente substituído como “substituto por concussão”, caso não haja mais atletas disponíveis no banco.

O que é concussão e quais os riscos no esporte?

A concussão é uma lesão cerebral traumática leve, causada geralmente por impactos diretos na cabeça ou movimentos bruscos que façam o cérebro colidir com o interior do crânio. Apesar de o crânio e os líquidos cerebrais servirem como proteção, choques violentos podem provocar alterações temporárias no funcionamento do cérebro.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dor de cabeça
  • Confusão mental
  • Tontura
  • Dificuldade de concentração
  • Perda de consciência (em casos mais graves)

No futebol, esses episódios podem ocorrer em choques entre jogadores, quedas bruscas ou até em lances com bola em alta velocidade. A rápida identificação da concussão é essencial para evitar danos neurológicos permanentes.

A medida aplicada no Re-Pa reforça a importância dos protocolos de segurança no esporte de alto rendimento e marca um avanço na proteção à integridade dos atletas no futebol paraense.