'Tua sorte é que eu te amo, Paysandu': torcedores desabafam e cobram gestão

Em manifestação marcada por emoção e indignação, bicolores pedem respeito, transparência e mudanças profundas no Paysandu.

Publicado em 30 de setembro de 2025 às 20:43

Torcedor na bronca com a atual diretoria -
Torcedor na bronca com a atual diretoria - Crédito: Cassio Leal/Roma News

Na noite desta terça-feira (30), o entorno da sede do Paysandu, na avenida Nazaré, em Belém, foi palco de um protesto que foi além da simples insatisfação com o desempenho em campo. Torcedores emocionados e indignados deram voz a um sentimento de frustração acumulado ao longo de anos, não apenas pela campanha atual na Série B, mas por uma gestão que, segundo eles, tem falhado em respeitar a grandeza do clube.

“Tua sorte é que eu te amo, Paysandu”, desabafou, com tristeza, uma torcedora durante a manifestação. A frase, simples e poderosa, resumiu o tom da noite: uma mistura de amor incondicional e revolta.

Outro torcedor foi direto ao ponto: “Hoje é dia de fazer história. Hoje a torcida veio cobrar esses caras que pegam nosso dinheiro e não investem no clube”. O alvo das críticas é claro: o presidente Roger Aguilera e sua diretoria. Nas faixas erguidas pelos manifestantes, os recados não deixaram dúvidas. Uma delas dizia: “Fora Novas Rumos”, em referência ao atual grupo político que comanda o clube. Em outra, os nomes “Deivd, Emanuel e Vitor Sampaio, larguem a Lobo”, um apelo para que os dirigentes deixem a administração da marca bicolor.

Entre os depoimentos mais fortes, uma torcedora fez um desabafo que arrancou aplausos e apoio:

“Nós somos apaixonados pelo clube. O Paysandu tem história. O Paysandu não é qualquer time. A torcida sai de casa, até sem comer, pra assistir o seu clube. Pra estar com uma gestão dessa. São 12 anos. Cinco presidentes. E o que foi que o Paysandu evoluiu? Em nada. Comprar elevador? Beleza. A gente chega no banheiro, não tem água. Nós não temos jogadores de Série B. Botem na cabeça de vocês que o Paysandu tem torcida de Série A. Mas nós precisamos estar na B pelo menos uns três anos para levantar o clube, para a gente ter um CT, para a gente investir na base. Na base não é feito nada, imagine no profissional.”

O protesto, que começou pacífico e com número expressivo de torcedores, teve como pano de fundo uma reunião do Conselho Deliberativo, e a intenção clara de pressionar por mudanças estruturais. Além de críticas à falta de investimento, a torcida também cobra o direito de voto do sócio-torcedor, transparência nas finanças e planejamento esportivo compatível com o tamanho do clube.

Lanterna da Série B e a sete pontos de sair da zona de rebaixamento, o Papão vive um momento delicado dentro de campo. Fora dele, a pressão popular tende a crescer nas próximas semanas.