Austrália anuncia pacote contra discurso de ódio após atentado em Sydney

Medidas incluem endurecimento de leis, restrições migratórias e reforço à segurança de instituições judaicas após ataque que matou 16 pessoas em Bondi.

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 10:46

Austrália anuncia pacote contra discurso de ódio após atentado em Sydney
Austrália anuncia pacote contra discurso de ódio após atentado em Sydney Crédito: Reprodução/Instagram/@albomp

O ataque que interrompeu uma celebração religiosa na praia de Bondi, em Sydney, levou o governo australiano a anunciar uma ampla resposta legislativa e administrativa contra o discurso de ódio. Nesta quarta-feira (17), o primeiro-ministro Anthony Albanese confirmou que o país adotará novas leis e políticas públicas após o atentado classificado pelas autoridades como terrorismo.

A ofensiva armada ocorreu no último domingo (14), durante a comemoração do festival judaico de Hanukkah, e resultou em 16 mortos e ao menos 42 feridos, entre eles dois policiais. Segundo a polícia, os autores, pai e filho, teriam sido influenciados pela ideologia do Estado Islâmico.

Plano amplia punições e atuação do Estado

Em pronunciamento, Albanese apresentou um plano de cinco pontos que prevê mudanças profundas na legislação. Entre as propostas estão a inclusão do ódio como fator agravante em sentenças por ameaças e assédio online, além do endurecimento das penas para quem incita violência ou discriminação.

Outra frente envolve a política migratória. O ministro do Interior, Tony Burke, passará a ter poderes ampliados para negar ou cancelar vistos de pessoas que promovam ódio e divisão social, ou que representem esse risco ao país.

O pacote também inclui a criação de uma força-tarefa educacional com duração de 12 meses, liderada por David Gonski, e iniciativas voltadas ao ambiente digital, com foco em segurança online e combate à radicalização.

Combate ao antissemitismo

O premiê afirmou que o governo seguirá as recomendações apresentadas pela enviada especial contra o antissemitismo, Jillian Segal, entregues em julho de 2025. Além disso, anunciou reforço no financiamento para a proteção física de instituições judaicas e a revisão das leis sobre armas de fogo.

“Estamos ao lado dos australianos judeus e não recuaremos no enfrentamento ao antissemitismo”, declarou Albanese.

Detalhes do ataque

De acordo com a polícia, os dois suspeitos eram pai e filho. O homem de 50 anos foi morto durante a ação policial, enquanto o jovem, de 24, foi detido em estado crítico e, conforme a imprensa local, apresenta quadro estável. As autoridades informaram ainda que o atirador mais velho possuía licença legal para as seis armas utilizadas no ataque.

As investigações continuam, enquanto o governo acelera a tramitação das medidas anunciadas, apresentadas como uma resposta direta à violência e ao avanço do extremismo no país.