Publicado em 6 de julho de 2025 às 12:25
Neste domingo (6), o líder espiritual tibetano Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, completa 90 anos e reafirma seu papel central na luta por autonomia do Tibete ao anunciar que seu sucessor nascerá fora da China, uma decisão que contraria diretamente os interesses de Pequim.>
As comemorações do aniversário devem reunir milhares de seguidores no Complexo Tsuglagkhang, no norte da Índia, onde o Dalai Lama vive exilado desde 1959, após a ocupação chinesa do Tibete. Reconhecido mundialmente por sua mensagem de paz, compaixão e resistência pacífica, ele também é vencedor do Prêmio Nobel da Paz.>
Líderes globais enviaram felicitações. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, exaltou o Dalai Lama como “um símbolo duradouro de amor, compaixão, paciência e disciplina moral”. Já o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, destacou a influência do líder:>
“Ele continua a inspirar pessoas ao encarnar uma mensagem de unidade, paz e compaixão.”>
Na semana anterior ao seu aniversário, Tenzin Gyatso declarou que pretende reencarnar, encerrando especulações de que ele seria o último Dalai Lama. Segundo ele, o próximo líder espiritual será identificado conforme os rituais tradicionais do budismo tibetano, mas deixará claro que não nascerá em território chinês, e sim no “mundo livre”.>
A declaração reacende o conflito com a China, que insiste em ter o controle sobre a sucessão espiritual tibetana e já anunciou que rejeitará qualquer nome indicado sem sua aprovação. Para o governo chinês, o atual Dalai Lama é um separatista que ameaça a unidade nacional.>
Tenzin Gyatso foi reconhecido como a 14ª encarnação do Dalai Lama aos 2 anos, em 1937. Após a invasão chinesa ao Tibete em 1950, ele fugiu para a Índia e, desde então, tem liderado a diáspora tibetana e a resistência pacífica contra a repressão chinesa.>
Hoje, aos 90 anos, o Dalai Lama segue sendo uma das vozes mais influentes do mundo em defesa dos direitos humanos, da liberdade religiosa e da paz, e seu posicionamento sobre a sucessão promete manter acesa a disputa entre tradição espiritual e controle político.>
Com informações do Estadão Conteúdo >