Publicado em 20 de setembro de 2025 às 12:20
Conteúdo Estadão - Um mês após a cúpula no Alasca com o líder da Rússia, Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece desapontado com o fato de sua aposta não ter resultado em paz na Ucrânia. "Ele me decepcionou", disse Trump nesta semana. "Ele realmente me decepcionou.">
No Oriente Médio, a história é parecida. Não houve mais progresso na região em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está iniciando uma nova ofensiva na Cidade de Gaza e atacando em toda a região.>
"Eles precisam ser muito, muito cuidadosos", disse Trump depois que Israel atacou o Hamas dentro do Catar, um aliado dos EUA que tem sediado negociações diplomáticas.>
Questionado sobre seus objetivos para a próxima Assembleia Geral da ONU, o presidente disse querer a "paz mundial". Mas os conflitos de maior visibilidade parecem estar escalando em vez de diminuindo.>
"Os últimos nove meses de esforços de paz foram apenas um carrossel", disse Max Bergmann, que foi funcionário do Departamento de Estado sob o presidente Barack Obama e agora trabalha no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.>
Segundo Bergmann, a verdade fundamental é que "tentar alcançar acordos de paz é muito difícil", e que Trump não se cercou de diplomatas experientes e especialistas em política externa.>
Em defesa de Trump, a Casa Branca apontou para comentários de líderes europeus que elogiaram seus esforços para forjar acordos de paz. Trump frequentemente observa que ele contrata "apenas as melhores pessoas".>
Matt Kroenig, um conselheiro sênior de política no Pentágono durante o primeiro mandato de Trump, disse que a audácia do presidente pode trazer resultados, como quando ele exigiu maior gasto com defesa dos aliados europeus.>
Trump, no entanto, pode acabar girando em falso em questões mais desafiadoras e eventualmente desistir, como quando ele tentou persuadir Kim Jong Un a acabar com o programa nuclear da Coreia do Norte. Quando se trata de fazer a paz na Ucrânia e em Gaza, Kroenig se perguntou: "Em que ponto ele diz: 'Isso é muito difícil, vamos seguir para outras questões'".>
No Oriente Médio, Trump está sendo pego no meio de uma situação cada vez mais explosiva. Ele visitou nações árabes, incluindo o Catar, este ano para fortalecer laços, e apoiou as operações militares de Israel em Gaza e no Irã. Mas agora Israel, encorajado por seu sucesso no campo de batalha, está atacando mais amplamente em toda a região, incluindo o recente ataque visando autoridades do Hamas no Catar. Isso colocou em risco as negociações que os Estados Unidos têm tentado impulsionar e abalou a fé dos líderes árabes na capacidade de Trump de influenciar, ou mesmo conter, Netanyahu.>
Durante o encontro anual de alto nível da próxima semana na Assembleia Geral, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, podem esperar ouvir um coro de críticas, com as nações árabes buscando uma mudança mais fundamental na forma como os EUA abordam a região.>