Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra a humanidade

Ela pode recorrer da sentença à Suprema Corte do país.

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 09:04

(Ex-premiê de Bangladesh, Sheikh Hasina)
(Ex-premiê de Bangladesh, Sheikh Hasina) Crédito: Reprodução/Instagram

Ex-premiê de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada pela justiça nesta segunda-feira (17) à morte após ordenar uma violenta repressão a manifestações de estudantes em 2024, que terminou com mais de mil mortes. Ex-premiê disse que sentença é enviesada e que tribunal teve motivações políticas.

Hasina foi condenada por crimes contra a humanidade. O julgamento se arrastou por meses e, nesta segunda a ex-premiê foi responsabilizada pelas mortes de centenas de estudantes durante manifestação.

Em resposta à imprensa, Hasina disse que a sentença é "enviesada e com motivação política" e questionou a isonomia do tribunal que a julgou. Ela defendeu que seu governo "perdeu o controle da situação" durante o levante estudantil, porém "não é possível caracterizar o que ocorreu como um ataque premeditado contra cidadãos".

A ex-premiê informou que a justiça falhou, que ela não teve acesso à ampla defesa e que pretende "enfrentar meus acusadores em um tribunal adequado, onde as provas possam ser avaliadas e examinadas de forma justa", afirmou Hasina.

O Tribunal de Crimes Internacionais, o tribunal interno de crimes de guerra de Bangladesh localizado na capital Daca, anunciou o veredito sob forte esquema de segurança e na ausência de Hasina, que fugiu para a Índia em agosto de 2024. Ela pode recorrer da sentença à Suprema Corte do país.

Durante julgamento, os promotores informaram o tribunal que haviam evidências de uma ordem direta de Hasina para usar força letal contra os estudantes entre julho e agosto de 2024, durante protesto.

Conforme relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 1.400 pessoas podem ter sido mortas durante os protestos entre 15 de julho e 5 de agosto de 2024, a maioria por disparos das forças de segurança. Milhares ficaram feridos.

Hasina foi representada no julgamento por um defensor público nomeado pelo Estado, que afirmou ao tribunal que as acusações eram infundadas e pediu a absolvição da ex-premiê.

Com informações do G1