Mosca-bicheira: confirmado primeiro caso em humano nos EUA

Embora casos em humanos sejam raros, a mosca-bicheira costuma afetar principalmente animais de criação

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 21:34

A condição, conhecida como miíase, pode gerar sérias consequências quando não tratada rapidamente
A condição, conhecida como miíase, pode gerar sérias consequências quando não tratada rapidamente Crédito: Reprodução / X

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) confirmou, no último fim de semana, o primeiro caso humano no país da mosca-bicheira (Cochliomyia hominivorax), também chamada de “bicheira-do-Novo-Mundo”. Esse parasita carnívoro está associado a viagens e é proveniente de regiões afetadas por surtos, como a América Central e o sul do México.

Nesse caso investigado pelo Departamento de Saúde de Maryland e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA desde 4 de agosto, um indivíduo que não teve a identidade revelada retornou de uma viagem a El Salvador, conforme comunicou o porta-voz do HHS, Andrew G. Nixon, à agência de notícias Reuters.

Antes do anúncio oficial, a Reuters já havia apurado, por meio de fontes do setor de carne bovina, que uma pessoa havia sido infectada durante uma viagem à Guatemala. Segundo a agência, o indivíduo foi tratado e submetido a várias medidas de prevenção.

O que dizem os especialistas

Embora casos em humanos sejam raros, a mosca-bicheira costuma afetar principalmente animais de criação, como gado e porcos. A fêmea deposita ovos em feridas abertas ou orifícios naturais — e, em situações excepcionais, em humanos. Ao eclodirem, as larvas penetram na pele, alimentando-se de tecidos vivos. Essa invasão gera uma lesão dolorosa e frequentemente purulenta.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dor intensa, sensação de movimento, desconforto e ferida visível;
  • Ferida com odor fétido, secreções e presença de larvas;
  • Danos aos tecidos, necrose e risco de septicemia se não houver tratamento adequado.

Possíveis complicações

A condição, conhecida como miíase, pode gerar sérias consequências quando não tratada rapidamente. Entre elas estão infecção bacteriana secundária, destruição progressiva dos tecidos, dor crônica, feridas de difícil cicatrização e, em casos raros, risco de morte.