Leia sobre resultados da Cúpula do Clima e confira a tônica dos discursos antes da COP
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O que definiu a Cúpula do Clima, ao fim e ao cabo
Depois de dois dias de discussões durante a Cúpula do Clima, em Belém, que reuniu líderes de vários países, o que se tem de concreto é o comprometimento de algumas nações com investimentos para reduzir as emissões de carbono na atmosfera e, consequentemente, os impactos das mudanças climáticas no Planeta.>
A Alemanha, por exemplo, comprometeu-se a liberar uma grande quantia para investimentos, mas o chanceler Friedrich Merz não definiu o valor, ao passo que o ministro do Reino Unido, Keir Starmer, comprometeu-se a intensificar os esforços e ações para mitigar os efeitos climáticos.>
Somando-se tudo o que foi anunciado durante os dois dias, calcula-se que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, sigla em inglês), oficialmente lançado na quinta-feira (6/11), conta com o apoio de 55 países que subscreveram o lançamento.>
Investimentos no novo Fundo já chegam a US$ 5,5 bilhões
Os anúncios de investimentos ficaram assim divididos: Noruega (US$ 3 bilhões para os próximos dez anos; França (US$ 577 milhões até 2030); Brasil e Indonésia (US$ 1 bilhão cada); Portugal (US$ 1 milhão). Os Países Baixos, por sua vez, deverão apoiar o Fundo, que recebeu endosso de 34 países com florestas tropicais, correspondendo a cerca de 90% das florestas tropicais localizadas em países em desenvolvimento. A República Democrática do Congo e a China também anunciaram apoio. O objetivo é que o Fundo alcance um total de US$ 125 bilhões a médio prazo.>
Com todos estes aportes anunciados pelo governo brasileiro, o Fundo já conta com US$ 5,578 bilhões.>
Corre-corre da Imprensa de todo o mundo
A movimentação da imprensa nos corredores da Zona Azul foi intensa na quinta e sextas-feiras, principalmente pela distância que temos que percorrer no complexo Parque da Cidade/Hangar, onde as distâncias são quilométricas. Durante os dois dias, jornalistas de todas as partes do mundo gravavam imagens ao mesmo tempo, num corre-corre típico da profissão.>
Apesar dos atropelos iniciais, todos foram contemplados, exceto pela determinação de não se poder tirar fotos das imagens que apareciam em um telão fixado na sala onde se acompanhavam os pronunciamentos on-line.>
Ônibus da COP devem aumentar lotação nesta semana
A partir desta semana, a expectativa é de que os ônibus que circulam em Belém e adjacências para transporte de participantes da COP-30 tenham uma demanda maior. Nesta primeira semana, muitos ainda andavam virtualmente vazios, o que deverá mudar com o início da Conferência, nesta segunda-feira (10).>
O ponto de embarque fica na avenida Júlio César, próximo à Green Zone, enquanto o embarque de passageiros ocorre na mesma via, passando a avenida Brigadeiro Protásio Lopes. Foram designados 250 ônibus para o transporte, num intervalo de cerca de seis minutos.>
COP-30 terá participação rotativa ao longo de onze dias
O setor de credenciamento da COP-30 vai funcionar praticamente até o final do evento, uma vez que muitos participantes vêm a Belém para reuniões específicas e devem ficar somente durante alguns dias, enquanto outros irão chegar para outras programações, que vão se estender do dia 10 até o dia 21 de novembro. Isso pode ser comprovado pelas reservas de hotéis, algumas apenas para quatro ou cinco noites.>
Empresas privadas também discutem sobre o clima
Vale lembrar que as programações da COP-30 não se limitam ao Parque da Cidade, mas se estendem também a outros locais, onde estão ocorrendo eventos, como Museu Emílio Goeldi, UFPA e Praça da Bandeira, entre outros.>
A iniciativa privada também participa da COP, uma vez que grandes empresas locais montaram “casas” específicas e abriram as discussões sobre o clima, apresentando ao público as políticas ambientais que adotam para mitigar os efeitos das mudanças climáticas>
Nestes espaços, além das discussões, haverá programação específica, com várias atrações. Ou seja, serão onze dias de muitas discussões sobre o clima, mas também de muita agitação cultural.>
Conferência Climática se transforma numa vitrine para o mundo
Alguns países de menor porte, porém não menos importantes, que também participam da COP-30, aproveitam o evento como uma vitrine para apresentar ao mundo seus projetos ambientais e tudo o que vêm fazendo para minimizar os impactos das mudanças climáticas.>
Há também aqueles que utilizam seu espaço de fala para abordar questões, não exatamente ambientais, mas com as quais se relacionam direta ou indiretamente, como o bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba, abordado pelo primeiro vice-presidente cubano, Eduardo Martinez Dias; ou a “invasão” dos Estados Unidos a territórios da América Latina, denunciada pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro.>
Ministro das Cidades elogia avanços obtidos pelo novo Fundo
O ministro das Cidades, Jader Filho, falou com exclusividade ao Roma News, durante a Cúpula de Belém. O ministro avaliou que as reuniões conduzidas na capital paraense conseguiram grandes avanços, “com este Fundo (Tropical Forests Forever Fund-TFFF) que o presidente Lula criou para a gente poder cuidar das nossas florestas, da Amazônia, e poder trazer uma infraestrutura resiliente e sustentada para as nossas cidades”.>
Ele também considerou positivo o fato e o chanceler alemão Friederich Merz ter anunciado um grande investimento no Fundo, mesmo sem citar o valor, “e que ele possa ser o estímulo para que mais países possam estar investindo e este Fundo se torne um exemplo para o mundo de como a gente faz para conseguir recursos para cuidar do nosso meio ambiente”.>
Jader Filho também acredita que serão captados mais recursos na COP de Belém do que na anterior, em Baku, no Azerbaijão. “Esta é a intenção, que esta seja a COP com menos discussões e mais implementação, mais ações concretas em favor do Planeta”, acredita.>
Espanha sofre com emergências climáticas
Durante a COP-30, o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, criticou o negacionismo “em prol da esperança frente ao medo”, destacando os avanços do Acordo de Paris, que impactam o nosso próprio futuro como humanidade, que segue sendo o melhor instrumento para fazer frente à questão climática”, destacando o espírito de cooperação e solidariedade do Acordo.>
Apesar dos esforços realizados na última década terem sido significativos, disse ele, o mundo ainda segue sentindo os efeitos das mudanças climáticas. Ele enfatizou que a própria Espanha vem sofrendo emergências climáticas, como inundações, incêndios e ondas de calor, com riscos sem precedentes, ceifando mais de 30 mil vidas no país. Por este motivo, o governo propôs um Pacto de Estado para enfrentar as emergências climáticas.>
UE reafirma compromisso de redução de emissões de gases em 90%
O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, destacou o papel desempenhado pela Espanha na luta frente às mudanças climáticas, por isso elencou algumas prioridades: a primeira seria a mediação, “porque precisamos acordar como vamos conseguir nossos objetivos visando à redução das emissões de gases de efeito estufa”, ao salientar que a própria Espanha ocupa posição de vanguarda nesta luta. Ele também reafirmou o compromisso da Espanha e da própria União Europeia, “que se comprometeu a reduzir nossas emissões de gases em 90% até 2040”.>
Haiti está preocupado com risco de desaparecimento de ilhas
Representantes de países como Haiti, Somália e Quirguistão também discursaram no segundo dia da Cúpula do Clima, em Belém, destacando ações que desenvolvem para enfrentar as mudanças climáticas. O diplomata haitiano Smith Augustin disse que ilhas podem desaparecer por causa das mudanças no clima se nada for feito, como é o caso do Haiti [...] “e nós estamos aqui para reforçar o nosso compromisso, tentando responder aos desafios climáticos, especialmente as ilhas, que só poderão se adaptar a essas mudanças com a colaboração internacional”.>
Ele acrescentou ainda que os países industrializados, que muito contribuem para as mudanças climáticas, devem oferecer suporte técnico e financeiro para aqueles que menos impactam o meio ambiente.>
Representante do Quirguistão afirma: "COP-30 foi a COP das Árvores”
O representante do Quirguistão, Edil Baisalov (vice-presidente do Gabinete de Ministros), em seu discurso, agradeceu ao governo brasileiro pela realização da COP-30 no “coração da Amazônia”. “Esta Conferência deve ser lembrada como a ‘Conferência das Árvores’, uma conferência onde palavras finalmente se transformam em ações”.>
Apesar dos recursos limitados e das dificuldades, ele ressaltou que desde 1990 seu país vem reduzindo suas emissões de gás. “A nossa cota nacional de emissões globais é 0,34% e o nosso senso de responsabilidade se iguala ao das grandes economias”, comparou.>
Síria sofre com problemas de segurança alimentar e energia
O presidente da Síria, Ahmed Al Sharaa, que esteve em Belém participando da COP-30, afirmou em seu discurso que a Amazônia, no que tange às florestas, é respeitosamente considerada como pertencente ao mundo, estabelecendo uma relação entre o homem e a natureza.>
Ele lembrou que no último ano a Síria também sofreu com as mudanças climáticas e que, como resultado, houve secas e eles enfrentaram dificuldades com segurança alimentar e na agricultura, além de problemas de infraestrutura e energia.>
Turquia alerta sobre desafios com novas contendas geopolíticas
O vice-presidente da Turquia, Cevedet Yilmaz, que também discursou no segundo dia da Cúpula do Clima, em Belém, agradeceu à hospitalidade do presidente “Lula da Silva” e desejou sucesso no enfrentamento aos desafios climáticos. “O mundo está passando por tempos de desafios, marcado por novas contendas geopolíticas, incertezas econômicas e impactos ambientais ... Justo neste ponto, vivemos crises, particularmente na Faixa de Gaza, no sentido de fortalecer a justiça global”, disse.>
As mudanças climáticas, segundo ele, tornaram-se uma questão cada vez mais complexa, transcendendo e ameaçando o desenvolvimento sustentável. Por isso, este desafio, acrescenta, “requer cooperação internacional e, hoje, dez anos depois do Acordo de Paris, onde ficaram estabelecidas metas, estamos aqui para anunciar nossos planos para traduzir nossas inspirações em resultados tangíveis, com políticas de redução do impacto ambiental”, completou.>
Uma voz conhecida dos paraenses na COP-30