André Lago defende conferência como 'COP da verdade' e pede união por soluções climáticas

Diplomata brasileiro, destacou o papel histórico do país na agenda ambiental.

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 12:17

O embaixador André Corrêa do Lagom em reunião com representantes da indústria internacional, na Semana do Clima de Nova York.
O embaixador André Corrêa do Lagom em reunião com representantes da indústria internacional, na Semana do Clima de Nova York. Crédito: Reprodução

Em um discurso marcado por emoção e apelo à cooperação internacional, o diplomata André Corrêa do Lago assumiu oficialmente a presidência da COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que ocorre em Belém do Pará. Durante a cerimônia de abertura, Corrêa do Lago defendeu que esta seja lembrada como a “COP da verdade”, uma conferência voltada à ação prática, à implementação de acordos e ao fortalecimento do compromisso global com a ciência e o desenvolvimento sustentável.

O novo presidente da conferência afirmou que o evento simboliza um momento decisivo na trajetória ambiental do Brasil, que volta a ocupar um papel de protagonismo nas negociações internacionais sobre o clima. Ele ressaltou a importância da união entre diferentes esferas de governo, federal, estadual e municipal, e do engajamento da sociedade civil na busca por soluções que conciliem crescimento econômico e proteção ambiental.

“Estamos reunidos aqui para mudar as coisas. Acredito que esta COP deve ser lembrada como uma conferência de adaptação, de implementação, de integração entre o clima e a economia e, acima de tudo, uma COP que acredita na ciência”, afirmou Corrêa do Lago.

O diplomata também destacou a relevância histórica da conferência para a Amazônia, escolhida como sede por representar o centro das discussões sobre o futuro climático do planeta. Ele elogiou a organização do evento e agradeceu o empenho das autoridades brasileiras envolvidas, citando o governador Helder Barbalho, o ministro Rui Costa e a ministra Marina Silva, chefe da delegação do Brasil.

Com 43 anos de carreira diplomática, Corrêa do Lago relembrou seu início na Rio-92, conferência que deu origem à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), e ressaltou o avanço do multilateralismo desde então. “O ser humano é capaz de coisas extraordinárias. A ciência, a educação e a cultura são o caminho. E o multilateralismo é o instrumento que nos permite continuar acreditando na cooperação para melhorar a vida das pessoas”, disse.

O presidente da COP30 também pontuou que o evento em Belém deve consolidar uma agenda de implementação concreta, voltada à criação de empregos verdes, incentivo à economia sustentável e fortalecimento das políticas de adaptação climática.

“Essa conferência será lembrada não somente pelas promessas, mas pelas ações. É uma COP para ouvir a ciência e transformar conhecimento em resultados reais”, completou.

A COP30 é organizada pela United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) e reúne líderes, especialistas e delegações de todo o mundo para discutir metas de redução de emissões, financiamento climático e adaptação às mudanças do clima. As negociações multilaterais acontecem na zona azul, área restrita a representantes oficiais e imprensa credenciada, onde serão definidos os próximos passos da agenda ambiental global.