Brasil anuncia R$ 107 milhões para impulsionar bioeconomia na Amazônia durante a COP30

A iniciativa vai beneficiar cooperativas de cinco estados da Amazônia Legal: Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, ao longo de quatro anos.

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 14:54

A iniciativa vai beneficiar cooperativas de cinco estados da Amazônia Legal: Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, ao longo de quatro anos.
A iniciativa vai beneficiar cooperativas de cinco estados da Amazônia Legal: Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, ao longo de quatro anos. Crédito: Rafael Neddermeyer/COP30

O Brasil lançou nesta segunda-feira (17) o programa “Coopera+ Amazônia”, que vai investir quase R$ 107 milhões para fortalecer a produção e a gestão de 50 cooperativas extrativistas que atuam com babaçu, açaí, castanha e cupuaçu. A iniciativa vai beneficiar cooperativas de cinco estados da Amazônia Legal: Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, ao longo de quatro anos.

O anúncio foi feito na Zona Verde da COP30, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin. Ele destacou que o programa vai gerar renda, ajudar a valorizar os produtos da floresta e apoiar cerca de 3.500 famílias.

“Esses recursos vão aumentar a renda das famílias, fortalecer o cooperativismo e contribuir para o combate às mudanças climáticas”, afirmou.

De onde vem o investimento

O “Coopera+ Amazônia” contará com R$ 103 milhões do BNDES, por meio do Fundo Amazônia, e outros R$ 3,7 milhões do Sebrae. O programa é uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), BNDES, MDIC, Embrapa e Sebrae.

O que o programa vai fazer

A iniciativa vai oferecer às cooperativas:

consultorias e capacitações;

assistência técnica e extensão rural;

máquinas e equipamentos que reduzem o esforço do trabalho extrativista;

ferramentas para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos;

apoio para ampliar mercados, fortalecer marcas e expandir vendas.

Também será criado um Escritório de Negócios Territorial para ajudar as cooperativas a acessar novos mercados. Profissionais do Sebrae, os Agentes Locais de Inovação (ALICoop), acompanharão de perto o avanço tecnológico e gerencial dessas organizações.

A Embrapa também vai contribuir com estudos sobre máquinas e equipamentos adequados para as cadeias da sociobiodiversidade, ampliando o uso de tecnologias que tornam o trabalho mais eficiente.

Por que isso importa

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, reforçou que os investimentos vão melhorar a vida das famílias extrativistas e ajudar a manter a floresta preservada:

“Mais produtividade significa renda e preservação. É assim que a floresta fica de pé.”

O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, destacou que a bioeconomia amazônica é única no mundo e essencial para o desenvolvimento sustentável:

“É uma economia que não derruba árvores, não polui os rios e garante sobrevivência para milhares de famílias.”

A presidente da Embrapa, Silvia Musshurá, completou dizendo que a iniciativa permite identificar desafios, gerar dados, apoiar a pesquisa e ajudar agricultores e comunidades locais a enfrentar as mudanças climáticas.

Participaram também da cerimônia os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Márcio França (Empreendedorismo) e a secretária de Bioeconomia do MMA, Carina Pimenta.

O que se espera alcançar

Entre os resultados esperados estão:

aumento da produtividade;

maior valor agregado aos produtos;

crescimento do faturamento das cooperativas;

mais cooperados;

menos desperdício e mais reaproveitamento de resíduos;

aumento da renda das famílias envolvidas.

O objetivo é fortalecer modelos econômicos que geram renda sem desmatar.

Fundo Amazônia: pilar da cooperação internacional

Criado em 2008, o Fundo Amazônia é hoje o principal mecanismo internacional de financiamento climático no Brasil. Ele combina proteção da floresta, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na Amazônia.

Desde que as doações foram retomadas em 2023, o número de parceiros passou de três para nove, incluindo União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.

Em 16 anos, o Fundo já:

beneficiou 260 mil pessoas;

apoiou 144 projetos;

fortaleceu mais de 600 organizações comunitárias;

alcançou 75% dos municípios da Amazônia Legal.

Os recursos ajudam a combater o desmatamento, fortalecer cadeias sustentáveis, apoiar povos indígenas e comunidades tradicionais, e financiar pesquisas e tecnologias ambientais.

Coordenado pelo MMA e executado pelo BNDES, o Fundo Amazônia contribui diretamente para as metas climáticas brasileiras, para o Acordo de Paris e para o PPCDAm, o plano nacional de combate ao desmatamento na Amazônia.