Publicado em 19 de novembro de 2025 às 18:22
O meteorologista e pesquisador Carlos Nobre apresentou, nesta quarta-feira (19), na COP30, um novo projeto de geração de energia sustentável a partir do oceano, que terá início em Fernando de Noronha (PE). Segundo ele, a iniciativa já recebeu apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participa do evento nesta quarta.>
Nobre explicou que o desenvolvimento da proposta é fruto de anos de trabalho em diferentes painéis científicos voltados à Amazônia, ao Congo e ao Nepal, e que agora avança para um novo eixo: a transição energética.>
“Há muitos anos fazemos painéis científicos para grandes biomas, como Amazônia, Congo e Nepal. Agora, atendo a pedidos, estamos produzindo um painel científico dedicado à transição energética. A expectativa é lançar o primeiro relatório em abril, e apresentá-lo oficialmente na COP31, na Austrália”, afirmou.>
O pesquisador revelou que o novo projeto utiliza uma tecnologia conhecida internacionalmente como energia oceânica por gradiente térmico, método que aproveita a diferença de temperatura entre a superfície do mar e profundidades de até mil metros para gerar eletricidade.>
Segundo Nobre, a ideia começou a ser estruturada após conversas com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e com representantes da Petrobras.>
“Expliquei ao então diretor de transformação energética da Petrobras que poderíamos usar o gradiente de temperatura do oceano tropical. Essa tecnologia já tem mais de dez fontes de pesquisa no mundo. O projeto avançou: a Finep está financiando o Instituto Nacional do CIS do Oceano (INCOM), em parceria com a Petrobras e universidades. E o primeiro teste será em Fernando de Noronha”, disse.>
A escolha do arquipélago pernambucano tem motivo: 98% da energia consumida em Noronha ainda vem de combustíveis fósseis.>
“Fernando de Noronha será o primeiro lugar no Brasil a receber essa fonte de energia. O presidente Lula afirmou que a Petrobras precisa avançar rapidamente na transição energética, e ficou muito satisfeito ao saber do projeto”, completou o cientista.>