Fórum de Governadores em Belém discute participação dos estados na COP30 e legado para a Amazônia

Encontro resultará em carta conjunta com o posicionamento dos estados brasileiros para a COP30

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Talytha Reis

Repórter / [email protected]

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 12:22

Fórum de Governadores do Brasil realizado em Belém - 
Fórum de Governadores do Brasil realizado em Belém -  Crédito: Paulo Bento/Roma News

Belém recebeu, nesta quarta-feira (13), a edição extraordinária do Fórum de Governadores do Brasil, marcada pela agenda pré-COP30. O encontro reuniu representantes de 22 estados, entre governadores e vice-governadores, para alinhar estratégias de participação na Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá na capital paraense entre 10 e 21 de novembro.

O governador do Pará, Helder Barbalho, anfitrião do evento, destacou a importância simbólica e prática de sediar a conferência na Amazônia. “Queremos que a COP30 seja vista como a COP do Brasil, não apenas de Belém. É a oportunidade de posicionar a floresta no centro das discussões climáticas e demonstrar que é possível realizar o maior evento climático do mundo em um pedaço da floresta”, afirmou.

Helder reforçou que o sucesso da conferência dependerá da integração entre governos federal, estadual e municipal, e lembrou que o evento deve deixar um legado social e ambiental. “Não há justiça climática sem justiça social. Os países desenvolvidos precisam entender que, para preservarmos a floresta, é preciso investir também em soluções para problemas urbanos e sociais da região”, disse.

A programação da COP30 prevê a Cúpula dos Líderes Mundiais nos dias 6 e 7 de novembro, seguida pela conferência oficial entre os dias 10 e 21. Segundo Helder, após a etapa de abertura, haverá revezamento das delegações e negociações até a definição do conteúdo final e do legado do encontro.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também participou do fórum e destacou a necessidade de equilíbrio nos preços de hospedagem durante o evento, que já preocupam autoridades e organizadores. “Se os valores forem muito exorbitantes, pouca gente poderá vir. É importante chegar a um ponto de equilíbrio”, disse.

Casagrande apresentou experiências capixabas na área de sustentabilidade, como o fundo de descarbonização e o fundo soberano, financiados com recursos de royalties do petróleo, que destinam parte da receita para a transição energética e proteção da floresta. Ele também defendeu que, caso seja autorizada a exploração de petróleo na Margem Equatorial, parte dos recursos seja vinculada a ações ambientais.

Durante o encontro, foi anunciada a elaboração de uma carta conjunta dos governadores, consolidando o posicionamento subnacional do Brasil para a COP30. Também foram apresentados números da preparação, como a previsão de 220 quartos destinados às delegações internacionais e a certificação de 22 mil trabalhadores para atuar no evento.

Helder Barbalho concluiu lembrando que sediar a COP na Amazônia é um ato de coragem e compromisso. “Geralmente um evento dessa magnitude aconteceria em São Paulo, mas queremos mostrar ao mundo a importância de discutir o clima aqui, onde a floresta está. O sucesso da COP30 será o sucesso do Brasil”, disse.