No Dia do Chef, Belém brilha entre as melhores gastronomias do mundo e reforça seu papel na COP30
Única cidade latino-americana no ranking do site de viagens Lonely Planet, capital paraense celebra o reconhecimento de sua culinária e investe em qualificação profissional para impulsionar o turismo na conferência da ONU
Publicado em 13 de maio de 2025 às 14:14
Neste 13 de maio, Dia Nacional do Chef de Cozinha, o Brasil celebra os profissionais que encantam turistas com as delícias da boa mesa, e o Pará comemora o reconhecimento internacional da culinária do estado. Belém, a capital paraense, foi recentemente eleita pela renomada revista de viagens Lonely Planet a sétima melhor cidade gastronômica do mundo em 2025, sendo a única representante da América Latina na lista.
A culinária de Belém é uma rica fusão de tradições indígenas, africanas e portuguesas, destacando-se por ingredientes únicos da Amazônia, como o tucupi, o jambu, o filhote, o pirarucu, o cupuaçu, a castanha-do-pará e o açaí - este último servido da forma tradicional: acompanhado de peixe frito, charque, camarão seco e outras companhias que o paraense ama usar.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, natural do Pará, destaca a importância da visibilidade de Belém na área. “Belém já é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia desde 2015, um título que celebra a riqueza e a originalidade da nossa culinária. Esse reconhecimento internacional reforça o papel da cidade como referência mundial no turismo gastronômico e no desenvolvimento sustentável, promovendo inclusão social e valorizando a cultura local”, afirma Sabino, fã do jeito paraense de saborear o açaí.
RECONHECIMENTOS - Não por acaso, o Pará é terra de vários chefs de sucesso, com reconhecimento inclusive da ONU Turismo. Em 20 de setembro do ano passado, a entidade nomeou o paraense Saulo Jennings como o primeiro Embaixador Gastronômico da ONU Turismo. A escolha ocorreu durante reunião dos ministros do Turismo do G20, realizada na cidade de Belém.
A nomeação foi feita por Zurab Pololikashvili, secretário-geral da ONU Turismo, reconhecendo o trabalho de Jennings, que nasceu em Santarém (PA), pela valorização da culinária amazônica e a promoção do desenvolvimento sustentável na região do Tapajós, no Pará. Além da paixão por cozinhar, Saulo Jennings é um ativista da gastronomia tapajônica.
Jennings é o primeiro chef a receber a honraria da ONU e se orgulha do reconhecimento. “Esse é o reconhecimento de um trabalho de longo prazo. Não só meu, mas de todos que cuidam da nossa comida e da produção dos nossos peixes, sempre respeitando a floresta. É uma vitória da culinária regional que tenho buscado honrar, mostrando que hoje ocupamos um espaço de destaque na alta gastronomia mundial”, comenta o chef.
Saulo Jennings também ressalta o papel da gastronomia no desenvolvimento sustentável da região do Tapajós. “Há muitas Amazônias, e nossa diversidade vai além de gente, bichos, árvores e paisagens. É também de sabores. Hoje, cerca de 300 famílias se beneficiam do poder da nossa culinária. Desde os pescadores até os cozinheiros que preparam os pratos, ciclo que gera emprego e renda para a população local. E é assim que conseguimos promover desenvolvimento sustentável nessa importante região do país”, explica Jennings.
CAPACITAÇÃO - O Ver-o-Peso, um dos maiores mercados a céu aberto da América Latina, em Belém, simboliza essa diversidade e permite que chefs e cozinheiros mantenham viva a tradição da culinária amazônica. É com esse cenário de sabores que a cidade se prepara para sediar a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, no mês de novembro.
Na preparação, o Ministério do Turismo, em parceria com o Sesc e o Senac, ofertou mil vagas em cursos como “Bases da Cozinha”, “Cozinha Amazônica” e “Boas práticas no serviço de alimentação”, visando qualificar profissionais para atender à demanda crescente.
O MTur também inaugurou, em dia 29 de novembro de 2024, a primeira unidade da Escola Nacional de Turismo, com investimentos em capacitação profissional gratuita. A Escola, que teve uma oferta inicial de 4,7 mil vagas, opera em parceria entre o Ministério do Turismo e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), que coordena a execução dos cursos nas modalidades presencial e online.
As aulas também englobam as áreas de turismo, hospitalidade, lazer e idiomas. Voltados à preparação da COP30, os cursos têm duração aproximada de dois meses, e os participantes com frequência regular recebem uma bolsa de R$ 200, além de material didático. As inscrições são realizadas por ciclos, sendo que a quarta etapa ocorreu entre 11 e 20 de abril de 2025.
