Publicado em 13 de outubro de 2025 às 17:05
O presidente da COP30, Embaixador André Corrêa do Lago, e a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, enviaram uma carta oficial a todos os países do mundo convidando-os a aderir ao Mutirão Global contra o Calor Extremo – uma mobilização internacional sem precedentes para enfrentar os impactos da crescente elevação da temperatura causada pelas mudanças climáticas nas cidades, trabalhadores e populações vulneráveis.>
Lançada em junho de 2025, durante a Reunião dos Pontos Focais do Compromisso Global de Resfriamento em Bonn, na Alemanha, a iniciativa é parte estratégica dos preparativos para a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém. Durante a conferência, a Presidência da COP30 liderará uma reunião de alto nível com ministros de diversos países para debater soluções concretas e coordenadas de adaptação ao calor extremo, um dos temas centrais desta edição da COP.>
O calor extremo tornou-se uma das faces mais visíveis da crise climática. Trata-se do risco climático mais mortal do mundo: mata mais pessoas anualmente do que qualquer outro evento climático. Com impactos cada vez mais severos sobre saúde pública, trabalho, segurança alimentar e nutricional, infraestrutura urbana e até sobre a prática de esportes, as cidades precisam se adaptar urgentemente a uma nova realidade térmica.>
Em muitas regiões, os sistemas urbanos já não suportam as temperaturas recordes, e as consequências são sentidas principalmente pelos mais vulneráveis, como crianças, idosos e moradores da periferia. Em muitas situações, bairros vizinhos com diferentes perfis de renda possuem grande variação entre as temperaturas médias, como é o caso de Paraisópolis, em São Paulo, que está até 8 graus mais quente do que o vizinho Morumbi, de alta renda.>
O Mutirão Global contra o Calor Extremo propõe uma resposta coordenada, envolvendo governos nacionais, estados, municípios, organizações parceiras e financiadores, com foco em soluções sustentáveis e de baixo carbono para o resfriamento das cidades. Trata-se de um esforço que integra ações em todos os níveis de governo para conter o avanço do calor extremo e proteger as vidas de 1,2 bilhão de pessoas ao redor do mundo que sofrem com o estresse térmico e a falta de serviços de resfriamento.>
“O Mutirão busca transformar as cidades em motores de adaptação e garantir que ninguém seja deixado para trás”, afirmou a CEO da COP30, Ana Toni. Ações decisivas contra o calor extremo e o resfriamento podem reduzir as emissões de refrigeração em 60% e proteger 3,5 bilhões de pessoas.>
O Mutirão Contra o Calor Extremo é uma das iniciativas emblemáticas da Presidência da COP30 em parceria com o PNUMA. Ele serve como plataforma de aceleração do Compromisso Global de Resfriamento (Global Cooling Pledge), lançado na COP28, que já conta com 72 países signatários e mais de 80 apoiadores não estatais.>
“O Mutirão Contra o Calor Extremo da COP30 e da Cooling Coalition do PNUMA é um esforço coletivo para traduzir os compromissos globais e nacionais sobre refrigeração e calor extremo em ações locais. É assim que proporcionamos resiliência nos locais onde as pessoas sentem mais intensamente o calor — em casas, escolas, locais de trabalho e nas ruas. Ao unir governos e parceiros, podemos superar as lacunas de financiamento, políticas e implementação, avançando em direção a soluções sustentáveis de refrigeração”, ressalta Martin Krause, diretor da Divisão de Mudanças Climáticas do PNUMA.>