Proliferação de bactérias nas águas de praias do Pará podem afetar as comunidades

A análise da água coletada mostrou florações formadas com a predominância de cianobactérias, indicando alterações na qualidade da água.

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 12:53

Floração identificada desde janeiro deste ano, com uma massa verde nas águas das praias. 
Floração identificada desde janeiro deste ano, com uma massa verde nas águas das praias.  Crédito: Divulgação

Uma reunião foi realizada na sede das Promotorias de Justiça de Santarém, pela 13ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, com os representantes das secretarias de Meio Ambiente de Santarém e Belterra, Conselho de Saúde, Ibama e outras instituições, para tratar do estudo realizado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) nas águas das praias de Alter do Chão e Ponta de Pedras, em Santarém, e Pindobal, em Belterra.

A pesquisa analisou a concentração de microcistinas (toxina produzida por certas espécies de cianobactérias) e a abundância de cianobactérias, investigando uma floração ocorrida em janeiro deste ano, após a identificação de uma massa verde nas águas dessas três praias. O estudo foi feito por professores, técnicos e alunos do Laboratório de Águas e Plantas da Amazônia (Lapam), Campus Oriximiná, e do Laboratório de Estudos de Impactos Ambientais (Leia), Campus Santarém.

O estudo foi apresentado pelo técnico e doutorando Fernando Abreu Oliveira, pela doutoranda Mayerly Alexandra Guerrero e o professor doutor José Max Júnior. De acordo com a promotora de Justiça Lilian Braga, a promotoria recebeu os resultados e instaurou procedimento para acompanhar a situação, convocando a reunião com os órgãos ambientais para a apresentação dos dados e encaminhamentos.

A análise da água coletada mostrou florações formadas com a predominância de cianobactérias, indicando alterações na qualidade da água. Os pesquisadores informaram que os valores observados estão abaixo do limite recomendado para águas recreacionais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), porém, ultrapassam o limite estabelecido para consumo humano, o que pode trazer riscos à saúde.

Foi deliberado que os resultados do estudo serão encaminhados para as secretarias de Meio Ambiente de Santarém e Belterra e para a Secretaria Estadual de Saúde, apontando a necessidade de monitoramento constante e análise da qualidade das águas, tendo em vista a perspectiva de intoxicação, que pode afetar a comunidade.

A promotoria destaca ainda aos órgãos ambientais, as recomendações da OMS e do Conama para os parâmetros que essa proliferação pode causar à saúde da população e ao comprometimento da qualidade das águas, sendo necessário o diálogo constante com os pesquisadores da Ufopa.

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) solicitará também às secretarias municipais competentes, ações de educação ambiental, plaqueamento das praias em relação à balneabilidade e potabilidade para o consumo público, e divulgação de informações públicas sobre os estudos de contaminação das águas.