Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 11:06
Três estados brasileiros entraram no radar das autoridades de saúde após a confirmação de quatro casos da chamada gripe K, uma variação genética do vírus influenza A H3N2. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, que acompanha a circulação do subclado e afirma que, até o momento, não há indícios de maior letalidade ou gravidade associada à variante.>
Um dos casos foi registrado no Pará e tem ligação com uma viagem internacional. Os outros três ocorreram no Mato Grosso do Sul e ainda passam por investigação para identificar a origem da infecção. As análises laboratoriais foram conduzidas por instituições de referência: a Fiocruz, no Rio de Janeiro, processou a amostra paraense, enquanto o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, ficou responsável pelos exames dos casos sul-mato-grossenses, após triagem inicial feita pelos laboratórios estaduais.>
Apesar do nome, a gripe K não se trata de um novo vírus. O influenza A, especialmente o subtipo H3N2, sofre mutações frequentes ao longo do tempo, o que resulta no surgimento de subclados genéticos. Segundo o Ministério da Saúde, o subclado K faz parte desse processo natural de evolução viral. Em nota, a pasta explicou que “o que se observa é uma circulação mais intensa e antecipada em relação ao padrão esperado no hemisfério Norte, o que contribui para o aumento das internações”.>
Os sintomas relatados seguem o padrão da gripe comum, incluindo febre, dores no corpo, tosse e cansaço. A orientação das autoridades é para atenção redobrada a sinais de agravamento, como falta de ar ou piora rápida do quadro clínico, principalmente entre idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas.>
Como medida preventiva, o Ministério reforça a importância de hábitos básicos de proteção, como higienização frequente das mãos, uso de máscara por pessoas com sintomas, boa ventilação dos ambientes e evitar contato próximo ao apresentar sinais gripais. A vacinação continua sendo a principal estratégia de prevenção: as doses disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem proteção contra formas graves da doença, inclusive nos casos associados ao subclado K.>
A pasta também chamou atenção para os riscos da hesitação vacinal, fenômeno observado em países da América do Norte, que pode favorecer a circulação do vírus e ampliar surtos sazonais. Além da imunização, o SUS mantém disponível antiviral específico para o tratamento da gripe, indicado sobretudo para grupos de risco.>
Em 2025, o comportamento do influenza A H3N2 no Brasil fugiu ao padrão tradicional, com aumento de casos ainda no segundo semestre. O avanço começou pelo Centro-Oeste e se espalhou para outras regiões. Atualmente, há tendência de queda nos casos graves no Centro-Oeste e Sudeste, enquanto Norte e Nordeste ainda registram crescimento, cenário que mantém as autoridades em estado de alerta.>