Publicado em 12 de setembro de 2025 às 12:50
Conteúdo Estadão - A estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, assassinada perto da estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, em abril deste ano, foi homenageada com a concessão simbólica de um diploma póstumo de mestrado.>
A homenagem foi realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), que fica no campus da Universidade de São Paulo (USP), na região leste da capital paulista, durante o 1º Seminário sobre Feminicídio e Violência Contra as Mulheres. realizado na terça-feira (9).>
Bruna foi assassinada perto da estação Corinthians-Itaquera. A jovem, que nasceu e cresceu no bairro da região leste da cidade, era formada em Turismo pela USP e fazia mestrado na mesma instituição. Ela deixou um filho único, Iuri, de 7 anos.>
O evento foi realizado pelas Pró-Reitorias de Pós-Graduação (PRPG) e de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em parceria com a direção da EACH.>
O diploma honorífico de mestrado de Bruna foi recebido pelos pais da jovem, Simone da Silva e Florisvaldo Araújo de Oliveira>
A mãe da jovem relatou a alegria da filha ao dar a notícia de que tinha conseguido passar no mestrado e retornar para a USP. "Ela me ligou e falou: 'Eu consegui, mãe, eu voltei para a instituição USP e vou te encher de orgulho novamente'. A gente comemorou, eu vibrei com ela, mas infelizmente, ela foi tirada de mim, tirada de nós, familiares e da instituição. Ela foi morta justamente pelo que defendia que era a segurança, as mulheres, a desigualdade social", disse Simone.>
"Deus sabe da minha dor de todos os dias. Eu sei que o legado dela não vai terminar, não vai acabar, não vai parar. A única coisa que peço a vocês é que digam para seus filhos todos os dias o quanto vocês os amam. Essa é a pior dor que estou sentindo. Mas também estou com o meu coração cheio de gratidão e de orgulho, porque minha filha sempre buscou pelos ideais, sempre lutou pelo que queria, sempre foi atrás. Ela nunca deixou ninguém falar para ela: 'Você não pode'. Ela dizia: 'Sim, eu posso'. E está aqui o resultado: essa homenagem para ela e só agradeço a cada um de vocês aqui (da instituição)", falou Simone com orgulho sobre a trajetória da filha.>
Durante a homenagem, professores que deram aula à jovem também destacaram o desempenho da estudante, assim como o legado deixado por ela, que foi vítima de feminicídio e também da falta de segurança pública.>
Dias após o crime, o principal suspeito pela morte da estudante, Esteliano Madureira, de 43 anos, foi encontrado morto a 30 quilômetros do local do crime, na Avenida Morumbi, na zona sul. Uma das hipóteses da Polícia Civil é que ele foi executado pelo "tribunal do crime" do Primeiro Comando da Capital (PCC), espécie de Justiça paralela do crime organizado.>
"Hoje não tem segurança nenhuma por ali, só em dia de jogo (na Arena Corinthians). Nos dias comuns, que têm estudantes e trabalhadores, não tem policiamento", afirmou a mãe da vítima durante uma entrevista em maio deste ano.>