Publicado em 11 de setembro de 2025 às 08:55
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam a ação penal 2668, podem definir nesta quinta-feira (11) o futuro do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e seus aliados políticos, apontados pela Polícia Federal por articular e participar de uma suposta trama golpista para derrubar o estado democrático de direito. Nesta quinta, a sessão está prevista para começar às 14h (horário de Brasília).>
Até o momento, o placar de votação segue em 2 a 1 pela condenação de Jair Bolsonaro e aliados. Os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, votaram pela condenação de todos os acusados. Mas Luiz Fux seguiu em sentido contrário e absolveu a maioria dos réus. Nesta quinta-feira, a ministra Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, seguem com os votos.>
A condenação depende da maioria simples, ou seja, três dos cinco votos. Se Cármen Lúcia seguir na direção de Moraes e Dino, a maioria já estará formada, e o voto de Zanin não influenciará no resultado.>
Caso Jair Bolsonaro seja condenado pela maioria, o julgamento não acaba hoje. Nesta sexta-feira (12), inicia a fase de dosimetria, que define o cálculo das penas de cada um dos réus. Pelos crimes imputados a Jair Messias Bolsonaro, o ex-presidente da República pode pegar até 43 anos de prisão, mas isso ainda não está definido.>
Os crimes>
Todos os oito acusados respondem por atuar contra a ordem democrática. Sete deles foram investigados por cinco crimes, que são:>
Organização criminosa armada>
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito>
Golpe de Estado>
Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União (exceto Ramagem)>
Deterioração de patrimônio tombado (exceto Ramagem)>
Quem são os réus do núcleo crucial>
Jair Bolsonaro: apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder do grupo, teria comandado o plano para se manter no poder após ser derrotado nas eleições.>
Alexandre Ramagem: acusado de disseminar informações falsas sobre fraude eleitoral.>
Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição da trama em reunião com militares.>
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, guardava em casa uma minuta de decreto para anular as eleições.>
Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, participou de transmissão ao vivo questionando urnas eletrônicas.>
Mauro Cid: delator do caso e ex-ajudante de Bolsonaro, participou de reuniões e trocas de mensagens sobre o golpe.>
Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, teria apresentado a comandantes militares um decreto de intervenção redigido por Bolsonaro.>
Walter Braga Netto: único preso, acusado de financiar acampamentos golpistas e de planejar atentado contra Alexandre de Moraes.>