Publicado em 13 de novembro de 2025 às 09:05
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a terceira fase da Operação Fake Agents, que investiga um esquema de fraudes milionárias envolvendo o saque irregular de valores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de jogadores, ex-jogadores e técnicos do futebol brasileiro e sul-americano. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 7 milhões.
>
Nesta etapa, os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, três em endereços residenciais de funcionários da Caixa Econômica Federal, nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e um na própria agência da Caixa, localizada no Centro da cidade.>
As investigações apontam que os servidores públicos auxiliavam o grupo criminoso a acessar contas vinculadas ao FGTS, autorizando indevidamente o saque de grandes quantias com base em documentos falsificados. A atuação dos suspeitos teria ocorrido em várias agências da Caixa na capital fluminense, com ramificações que envolviam o uso de informações sigilosas de clientes de alto perfil.>
O caso veio à tona após o atacante Paolo Guerrero ter cerca de R$ 2,2 milhões desviados de sua conta vinculada ao FGTS, episódio que deu origem à primeira fase da operação. Na época, a advogada Joana Costa Prado de Oliveira foi identificada como uma das principais articuladoras do esquema. Segundo a PF, ela se valia de contatos na Caixa para liberar os saques fraudulentos. Joana teve a carteira da OAB suspensa e segue sob investigação.>
Com o avanço das apurações, a Polícia Federal passou a concentrar esforços em identificar servidores da Caixa que teriam facilitado as operações ilegais. Os investigadores descobriram que o grupo também desviou recursos de contas de outros atletas e treinadores conhecidos, como Oswaldo de Oliveira, Titi, Ramires, Alejandro Donati, Raniel, Gabriel Jesus, Obina, Christian Cueva, João Rojas e Paulo Roberto Falcão. Há ainda indícios de movimentações suspeitas em valores pertencentes ao técnico Luiz Felipe Scolari (Felipão).>
A operação é conduzida pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (UIS/Delefaz), com apoio dos setores de inteligência e segurança da Caixa Econômica Federal.>
Os suspeitos poderão responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, entre outros crimes que possam ser identificados no decorrer das investigações.>
Com o cerco se fechando sobre os servidores da Caixa, a PF busca agora mapear a rota financeira dos valores desviados e identificar novos beneficiários do esquema, que pode ter se estendido a outras regiões do país.>