Sequestro, bomba falsa e caminhão atravessado na via: o que se sabe sobre caso do Rodoanel

O motorista teve as mãos amarradas e foi deixado sozinho na cabine do caminhão

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 09:51

Uma carreta está atravessada na via, desde cerca de 5h30 desta quarta-feira (12), quilômetro 44 da pista externa do Rodoanel Mário Covas, em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
Uma carreta está atravessada na via, desde cerca de 5h30 desta quarta-feira (12), quilômetro 44 da pista externa do Rodoanel Mário Covas, em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Crédito: Reprodução Polícia Militar

Um caminhão atravessado na pista paralisou o Rodoanel Mário Covas, na região de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, por quase cinco horas na manhã desta quarta-feira (12). O motorista, que estava com as mãos amarradas, afirmou que havia sido sequestrado e que havia uma bomba no veículo. No entanto, os policiais confirmaram que o artefato era falso e resgataram o homem.

O caso foi registrado como tentativa de roubo e localização/apreensão de objeto no Setor de Investigações Gerais (SIG) de Taboão da Serra.

Quem é o motorista?

O caminhão era conduzido pelo motorista Dener Laurito dos Santos, de 52 anos. Ele é natural de Ribeirão Pires e trabalha para a transportadora Sitrex.

Como foi o sequestro?

Santos disse aos policiais que havia feito uma entrega no Acre e voltava para a matriz da Sitrex, em São Bernardo do Campo, quando foi abordado por três criminoso, por volta das 6h desta quarta-feira.

Na altura do quilômetro 45 do Rodoanel, os suspeitos o obrigaram a atravessar o veículo na pista e bloquear a via, segundo o homem. Ele teve as mãos amarradas e foi deixado sozinho na cabine do caminhão.

O motorista conseguiu entrar em contato com o Centro de Controle Operacional da rodovia e relatou que havia sido sequestrado e que os criminosos haviam deixado explosivos na carreta.

Como foi o resgate?

Devido aos supostos explosivos que estavam no caminhão, o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar foi acionado e chegou ao local por volta das 9h. Cerca de uma hora depois, um dos especialistas da equipe identificou que o artefato não estava preso a Santos e conseguiu retirá-lo do veículo.

O motorista chegou a desmaiar e estava em estado de choque, mas foi colocado em uma ambulância e levado para o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, onde recebeu atendimento e foi liberado.

Como era o artefato falso?

Os policiais não demoraram para perceber que o explosivo era falso, de acordo com Gustavo Packer Mercadante, comandante do Batalhão de Operações Especiais, que abriga o Gate. "Era até meio tosco, batendo o olho mais de perto já deu para perceber que não era uma bomba", disse Mercadante. Segundo o policial, o simulacro de bomba foi feito a partir de um galão d’água, dois tubos de aerossol e papel alumínio.

O que disse o motorista?

Santos prestou depoimento após sair do hospital. Ele relatou aos policiais como foi o sequestro e disse que o grupo pretendia usar o caminhão para transportar armas de fogo até o Rio de Janeiro.

O que diz a empresa responsável pela carreta?

A Sitrex informou, em nota, que o caminhão estava vazio no momento da tentativa de assalto e afirmou que Santos cumpriu "todos os procedimentos legais e de segurança" durante a viagem, incluindo respeitar horários de descanso e dirigir dentro dos limites de velocidade.

Quais são os próximos passos?

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o motorista e outros profissionais envolvidos no atendimento da ocorrência já foram ouvidos. O caminhão, que foi apreendido, passou por perícia e coleta de impressões digitais.

Ainda segundo a pasta, imagens de câmeras de segurança serão coletadas para ajudar no esclarecimento dos fatos. "No momento, nenhuma linha de investigação é descartada", disse.

Conteúdo Estadão